ESTADO NUTRICIONAL E PATOLOGIAS PRESENTES EM PACIENTES ATENDIDOS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA DE NUTRIÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ

  • Renata Gabrieli Camera Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza
  • Márcia Fernandes Nishiyama
  • Eloá Angélica Koehnlein
  • Késia Zanuzo
  • Larissa da Cunha Feio Costa
Palavras-chave: Educação Alimentar. Tratamento Dietoterápico. Estado Nutricional.

Resumo

Introdução: Às clínicas-escolas de nutrição através do atendimento nutricional tem um papel fundamental no processo de tratamento dietoterápico, reeducação alimentar, prevenção de doenças e promoção da saúde dos pacientes. Através dos atendimentos é possível analisar os dados socioeconômicos, bioquímicos, antropométricos e clínicos a fim de definir as melhores estratégias para uma melhoria do estado nutricional através da obtenção de hábitos alimentares saudáveis (OLIVEIRA et al., 2022). Objetivo: identificar o estado nutricional e as patologias presentes em pacientes atendidos em uma Clínica-Escola de Nutrição do Sudoeste do Paraná. Material e métodos: O estudo realizado foi descritivo com abordagem retrospectiva e foram avaliados 226 prontuários de pacientes, entre os anos de 2019, 2020 e 2021. Os dados utilizados foram coletados das anamneses nutricionais aplicadas durante a primeira consulta, sendo coletados dados sociodemográficos (sexo, idade, escolaridade), clínicos (presença de patologias) e antropométricos. Vale ressaltar que, no período de análise de dados houve a diminuição de casos atendidos nos anos de 2020 e 2021, em decorrência da pandemia pelo SARS-CoV-2 (COVID-19). Resultados e discussão: Destes, 67,7% eram do sexo feminino e 32,3% do sexo masculino, sendo 15% crianças, 8,4% adolescentes, 68,6% adultos e 8% idosos, indo de encontro ao estudo de Araújo e colaboradores (2019) que apresentou uma maior frequência de pacientes do sexo feminino (53,5%) do que masculinos (46,7%) atendidos em uma clínica-escola de nutrição. No que diz respeito às patologias presentes, 45,6% apresentavam alguma patologia, dentre elas, 10,6% hipertensão arterial, 8,8% diabetes mellitus do tipo I e II, 9,7% dislipidemias e 16,5% outras como o hipotireoidismo, ansiedade e alergia à proteína do leite de vaca (APLV). Um estudo realizado por Marinho e colaboradores (2017) avaliou o perfil de pacientes atendidos em uma clínica-escola e verificou que 33,3% possuíam hipertensão, 16,6% diabetes mellitus e 21,9% dislipidemia. Em relação ao grau de escolaridade, 14,2% apresentavam ensino fundamental incompleto, 7,5% ensino fundamental completo, 7,1% ensino médio incompleto, 23,9% ensino médio completo, 25,7% ensino superior incompleto, 17,3% ensino superior completo e 4,4% não apresentavam alfabetização. Quanto ao estado civil 62,8% eram solteiros e 37,2% casados. No que se refere a renda, 19% relataram receber até um salário mínimo, 48,2% de um a dois salários, 11,1% de dois a três salários e 21,7% mais que quatro salários. O estado nutricional foi identificado através do índice de massa corporal (IMC), e a amostra resultou em 3,1% indivíduos com baixo peso, 35,4% eutrofia, 27,9% sobrepeso, 25,2% obesidade grau I, 5,8% obesidade grau II e 2,7% obesidade grau III, corroborando com o estudo de Pfaffenseller e colaboradores (2017) no qual demonstrou que 72,9% dos pacientes foram diagnosticados com excesso de peso.  A porcentagem de gordura corporal apresentou excessiva em 61,9% dos pacientes e adequada em 38,1%. Conclusão: Destaca-se que os pacientes atendidos na clínica-escola eram na maioria indivíduos femininos, adultos e quando analisado o estado nutricional, encontrou-se um percentual elevado de pacientes acima do peso e com excesso de gordura corporal, sendo que quase a metade deles, apresentavam patologias, sendo a de maior frequência a hipertensão arterial. 

Publicado
25-11-2022