RACISMO AMBIENTAL E ENGENHARIA: UM ESTUDO QUALI-QUANTITATIVO DAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO BÁSICO

Resumo

O estudo, baseado em uma pesquisa do tipo “estado do conhecimento” no Banco de Teses e Dissertações da CAPES, investigou como a grande área Engenharias tem participado da produção de conhecimentos sobre racismo ambiental, especialmente em suas intersecções com o saneamento básico. Utilizou-se análise quantitativa (frequências) e qualitativa (Análise de Conteúdo) para examinar os dados. Dentre 131 produções sobre racismo ambiental, nenhuma é da grande área Engenharias, o que reforça o pressuposto de que esse campo não participa de forma direta ou explícita do debate sobre a temática. Em paralelo, foram identificadas 306 produções da grande área Engenharias sobre saneamento básico, cuja análise resultou em 9 trabalhos com centralidade no marcador racial, reunidos na categoria Comunidades tradicionais: quilombolas, indígenas e ribeirinhas. A categoria Periferias, assentamentos informais e/ou precários e desigualdades econômicas agrupa 21 produções que dialogam com o tema de forma implícita ou interseccional. Tal conjunto de produções, embora em número reduzido, indica que, mesmo sem nomear explicitamente o racismo ambiental, há aproximações conceituais e empíricas com esse conceito. Por fim, a categoria Outras expressões de desigualdade: comunidades rurais abarca 14 trabalhos que, sem mobilizar explicitamente a interseccionalidade com raça, tratam de negligências e desigualdades estruturais no acesso ao saneamento.