OBTENÇÃO DE PRODUTOS DO RESÍDUO BAGAÇO DE MALTE CERVEJEIRO
Palavras-chave:
Resíduo lignocelulósico, Proteína, Pré-tratamento alcalinoResumo
Os resíduos lignocelulósicos têm sido amplamente estudados como fontes promissoras para obtenção de produtos de alto valor agregado, devido a sua ampla disponibilidade a um baixo custo, alinhando-se aos princípios da economia circular. Neste contexto, o bagaço de malte cervejeiro, principal resíduo da produção de cerveja, apresenta um grande potencial de aproveitamento.
Assim, o trabalho tem como objetivo a separação e isolamento das frações proteica e fibrosa do bagaço de malte cervejeiro, buscando a valorização do resíduo. Para tanto, pré-tratamentos com diferentes concentrações de NaOH foram utilizados.
O bagaço de malte, cedido gentilmente por uma cervejaria de Chapecó (SC), foi submetido à` secagem a 55°C por 72 horas e moído até atingir partículas com tamanho inferior a 0,6 mm. Posteriormente, a caracterização físico-química do bagaço, tanto antes quanto após o pré-tratamento, foi realizada de acordo com os protocolos descritos pelo National Renewable Energy Laboratory (NREL) (SLUITER et al., 2012).
O pré-tratamento envolveu três condições baseadas nas concentrações de NaOH: 0% (branco), 3% e 5%. Porcentagens estas calculadas de acordo com duas bases de biomassa: 5 e 10 g. O método adotado para o pré-tratamento foi o de He et al. (2019). Ao término deste processo, as frações líquida e sólida foram separadas por filtração a vácuo em funil de Buchner utilizando tecido voal para posterior caracterização de fibras pelo método NREL.
A quantificação de proteína na fração sólida seguiu a metodologia de Kjedahl, conforme descrito no Manual de Procedimentos de Amostragem e Análise Química de Plantas, Solo e Fertilizantes da Editora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (MENEGHETTI, 2018). Já em relação ao conteúdo proteico da fração líquida, a quantificação seguiu o método de Bradford (BRADFORD, 1976).
Os ensaios feitos em relação à base de 5 g resultaram em quantidades de amostra muito próximas em relação aos limites de erros do métodos analíticos utilizados, e, portanto, não serão discutidos. Com relação aos ensaios feitos com 10 g de biomassa, a separação de proteína no branco foi de apenas 3,18%, enquanto a separação de proteínas no testes com 3 e 5% de NaOH houve 59,0% e 73,7% de recuperação de proteína total do bagaço de malte, respectivamente. Em relação à recuperação de conteúdo fibroso, remanescente na fração sólida, o tratamento de 3% apresentou 57,8% de recuperação, enquanto o tratamento de 5% apresentou um recuperação 62,8%.
Os resultados obtidos demonstraram uma vantagem na recuperação e obtenção de proteína no pré-tratamento feito com 5% de NaOH em relação às outras condições. Por outro lado, a preservação da parte fibrosa foi semelhante nas condições de 3 e 5% de hidróxido de sódio. Ambos resultados, com suas respectivas taxas de recuperação, indicam um alto potencial de valorização do bagaço de malte cervejeiro por meio do fracionamento deste em diferentes frações, proteicas e fibrosas.
Para o prosseguimento da pesquisa, sugere-se o aprofundamento no que compreende a purificação da proteína presente na fase líquida, visando a obtenção de um produto com alto valor agregado com diversas áreas de aplicação.
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