A PRODUÇÃO DO ATLAS SOCIOESPACIAL DA MESORREGIÃO OESTE CATARINENSE: OS PRIMEIROS MAPAS
Keywords:
formação socioespacial, Cartografia geográfica, atlas socioespacialAbstract
A mesorregião geográfica Oeste Catarinense e composta por 118 municípios, com população total de 1,27 milhão de habitantes (2016) e taxa média de urbanização de 71% (2016). A formação socioespacial da região, baseada na maior parte do território pela colonização em bases empresariais (WERLANG, 2006), se caracteriza por atividades econômicas primárias e agroindustriais. Na porção centro-ocidental da região, microrregiões de Chapecó, Concórdia, Xanxerê e São Miguel do Oeste, consolidou-se aquele que era considerado um dos maiores circuitos espaciais de produção de carnes e derivados da América Latina, com a produção e o processamento industrial de produtos alimentícios de origem suína, avícola e da bovinocultura de leite, além de diversas empresas com atividades de apoio à produção agroindustrial (PERTILE, 2008; ALBA, 2013). Além disso, as cidades de porte econômico e demográfico mais elevado, como Chapecó e Concórdia, vêm concentrando uma miríade de outras atividades econômicas e de serviços privados e públicos, reforçando sua centralidade (FUJITA, 2015; NASCIMENTO, 2015). Outras atividades econômicas (primárias ou industriais) consolidaram também na região uma rede urbana constituída por cidades de pequeno porte e centros intermediários (como Concórdia, Joaçaba, Videira e São Miguel do Oeste), articulados pela cidade de Chapecó, principal centro urbano e econômico regional.
A despeito de sua ampla extensão física e do dinamismo socioeconômico e demográfico no território, que implicou (e ainda implica) em transformações marcantes no ambiente e na paisagem, ainda há poucos estudos de cunho geográfico que caracterizem as diversidades socioespaciais dos municípios do Oeste Catarinense. É devido a esta lacuna, que pesquisadores do Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Usos do Território e Dinâmicas Socioespaciais (GETESE) da UFFS elaboraram o projeto de pesquisa Atlas socioespacial da Mesorregião Oeste Catarinense, apoiado pela FAPESC e coordenado pelo Prof. Dr. Ederson Nascimento.
O termo socioespacial se refere à análise da indissociabilidade entre sociedade e espaço na produção de diferenças, clivagens, assimetrias e hierarquias sociais e espaciais, em um movimento único (MATOS, 2010). Neste contexto, a produção de uma cartografia social do território regional busca evidenciar as inter-relações dinâmicas entre sociedade e espaço, expressas na paisagem e retratadas na raiz dos dados, visando fornecer uma visão integrada a atual sobre a realidade da mesorregião.
Neste pequeno texto, são apresentados os fundamentos da pesquisa, bem como parte dos seus resultados iniciais.
References
ALBA, Rosa S. Espaço urbano: os agentes da produção em Chapecó. 2. ed. Chapecó: Argos, 2013.
FUJITA, Camila. Dinâmica urbana e regional no Oeste Catarinense: uma análise do papel de Chapecó e outras cinco cidades influentes na rede urbana. In: BRANDT, Marlon; NASCIMENTO, Ederson (Orgs.). Oeste de Santa Catarina: território, ambiente, paisagem. São Carlos: Pedro & João, 2015. P. 71-96.
NASCIMENTO, Ederson. Chapecó: evolução urbana e desigualdades socioespaciais. In: BRANDT, Marlon; NASCIMENTO, Ederson (Orgs.). Oeste de Santa Catarina: território, ambiente, paisagem. São Carlos: Pedro & João, 2015. p. 97-154.
PERTILE, Noeli. Espaço, técnica e tempo em Chapecó/SC. In: SCHEIBE, Luiz F.; DORFMAN, Adriana (Org.). Ensaios a partir de “A Natureza do Espaço”. Florianópolis: Boiteux, 2007, p. 153-178.
SCHERMA, Ricardo A.; NASCIMENTO, Ederson; BRANDT, Marlon. Uso do território e especialização regional: o circuito espacial produtivo de base florestal na região do Contestado em Santa Catarina. 2017. No prelo.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Científica da XVI JIC, o qual apresenta os resultados de subprojeto de pesquisa, e concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade do Anais da XVI JIC da UFFS.
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