PERCENTUAL DE GORDURA E HÁBITOS ALIMENTARES DE MULHERES HIPERTENSAS E NORMOTENSAS DE CHAPECÓ/SC

  • Luana Reis Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Kassiano Carlos Sinski Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Nyasmin Aneli Mende Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Andréia Machado Cardoso Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
Palavras-chave: Hipertensão arterial, Alimentação, Bioimpedância, Correlação

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acomete milhões de brasileiros e é um fator de risco independente para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares (DCV), sendo um problema de saúde pública entre o município de Chapecó-SC. O estudo surgiu a partir da necessidade de avaliar os efeitos do treinamento de força (TF) entre os pacientes hipertensos, foi então, identificado condições relacionadas à alimentação entre os fatores de risco para o desenvolvimento e a progressão da HAS, mesmo em pacientes que fazem uso de medicamentos, pois hábitos alimentares saudáveis auxiliam na prevenção de doenças, através de dietas adequadas e ricas em frutas, verduras e legumes, mantando distância do consumo de alimentos hipercalóricos e os que contenham gorduras saturadas e colesterol, sendo os mesmos para a diminuição do peso desejável para uma melhor qualidade de vida. Objetivo: Este estudo objetivou associar o perfil alimentar com o percentual de gordura (%G) de cada participante, antes da intervenção com o TF, em março de 2017. Metodologia: Pesquisa em caráter quantitativo, realizada por alunos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó e em parceria com a Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó). Foram selecionadas um total de 47 participantes do sexo feminino, que são as com maior tendência a serem atingidas, devido ao cotidiano com os afazeres (PIATI; FELICETTI; LOPES, 2009). Sendo elas, sedentárias e respectivamente com idades entre 39 e 74 anos. Destas 30 hipertensas e 17 normotensas. Foram excluídas participantes que desistiram da pesquisa. Para a coleta de dados usou-se resultados pré-intervenção, com a aplicação do questionário “EPIFLORIPA”, as respostas foram digitadas em uma planilha “Excel” para a mensuração do perfil alimentar e o percentual de gordura por bioimpedância, a partir disso realizou-se a análise por Correlação, que quanto mais próximo de 1 o valor de r, mais relação existe entre as variáveis da amostra, sendo positiva ou negativa. Resultados e Discussão: Foi comparado entre as voluntárias, hipertensas e normotensas, o percentual de gordura (Figura 1), através da média entre os percentuais, (Normotensas 37,8±1,5% e Hipertensas 43,7±1,3%) no qual as mulheres hipertensas obtém um valor elevado, classificando-as como obesas e as normotensas com sobrepeso. Na variável “dias na semana que consome carne vermelha” (Figura 2.), há uma correlação positiva moderada, ou seja, quanto maior o número de dias consumido carne vermelha pelas participantes, maior são seus percentuais de gordura, sendo que 39,6% comem em 2 dias durante a semana. Em seguida na variável “dias na semana que toma bebidas açucaradas” (Figura 3.), notamos que também há uma relação positiva, mas não tão forte como a anterior, significando que o percentual de gordura tem maiores causas com outros consumos, o que é uma indicação boa, pois o consumo excessivo dessas bebidas ou outros alimentos industrializados são as principais causas de obesidade atualmente. E na variável “dias que comem alimentos fritos” (Figura 4.), com relação positiva, indicando que se o percentual de gordura cresce logo o número de dias comido alimentos fritos ocorre o mesmo, o indicado é principalmente a conscientização do indivíduo, pois alimentos fritos quando em excesso irão trazer problemas, dentre eles o aumento da pressão arterial, DCV, má absorção de nutrientes, estimulação do acúmulo de gordura abdominal e também pode levar à resistência à insulina. Das respostas, 33,3% das mulheres fazem de 4 refeições por dia, lembrando que o ideal são, refeições mais seguidas, mas com um consumo em quantidades pequenas e saudáveis, são sempre essenciais para manter o percentual de gordura, porém as quantidades ingeridas não foram analisadas neste estudo. “A recomendação geral de dieta para controle de hipertensão baseia-se numa dieta rica em frutas, vegetais, fibras e pobre em gordura saturada, colesterol e calorias, além da utilização de produtos derivados do leite com baixo teor de gordura [...]” (GRAVINA; GRESPAN; BORGES, 2006). A idade que as voluntárias possuem também nos demonstra que a hipertensão arterial possui prevalência em indivíduos mais velhos, devido as alterações do corpo, principalmente nos vasos sanguíneos, que aumentam a rigidez das artérias, neste estudo sendo a prevalência em mulheres dos 50 aos 59 anos. Conclusão: É importante que a população tenha conhecimento dos riscos de uma má alimentação, sendo perceptível as influências que a alimentação tem sobre cada indivíduo, não sendo o único fator de risco para HAS, já que antecedentes familiares são grande número das causas. O fato das mulheres hipertensas estarem obesas significa que há uma grande relação entre obesidade e hipertensão, pois a obesidade eleva o débito cardíaco e a resistência periférica, sendo a obesidade a responsável pelo aumento da vasocontrição e redução da vasodilação das artérias, o que favorece também o aparecimento de DCV, significando ser alvo de atenção e tratamento. É possível evidenciar que a alimentação da maioria das mulheres não é adequada, causando implicações na saúde, uma intervenção significativa é o incentivo ao treinamento de força para essas voluntárias, principalmente as hipertensas, irá auxilia na diminuição do percentual de gordura e proporcionará força muscular.

Biografia do Autor

Luana Reis, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
Acadêmica de Graduação em Enfermagem da UFFS - Campus Chapecó.

Referências

PEREIRA, Isadora Coelho; SOUZA, Ismênia Rosa Dias de; LISBÔA, Maria de Fátima. Perfil alimentar de praticantes de musculação na maturidade. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 1, n. 1, p.54-59, fev. 2007.

PIATI, Jaqueline; FELICETTI, Claudia Regina; LOPES, Adriana Cruz. Perfil nutricional de hipertensos acompanhados pelo Hiperdia em Unidade Básica de Saúde de cidade paranaense. Revista Brasileira de Hipertensão, Céu Azul, v. 16, n. 2, p.123-129, mar. 2009. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/16-2/14-perfil.pdf >. Acesso em: 01 ago. 2017.

GRAVINA, Claudia F.; GRESPAN, Stela Maris; BORGES, Jairo L.. Tratamento não-medicamentoso da hipertensão no idoso. Revista Brasileira de Hipertensão, São Paulo, v. 14, n. 1, p.33-36, set. 2006. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-1/09-tratamento-nao-medicamentoso.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2017.

Publicado
20-10-2017