CONSTRUÇÃO DE UM EVAPORÍMETRO VENTILADO

  • Douglas Mariano Veiga Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Josuel Alfredo Vilela Pinto Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Raphael Nascimento Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Umidade relativa, armazenamento, evaporímetro

Resumo

CONSTRUÇÃO DE UM EVAPORÍMETRO VENTILADO

 

 

DOUGLAS MARIANO DA VEIGA1*, RAPHAEL NASCIMENTO DA SILVA2, JOSUEL ALFREDO VILELA PINTO3

 

1Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Laranjeiras do Sul, 2Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Laranjeiras do Sul, 3Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Laranjeiras do Sul

*Autor para correspondência: Douglas Mariano da Veiga (douglasmariano78@gmail.com)

 

 

 

 

Introdução

 

 

Vários são os fatores que influenciam na qualidade de um produto armazenado, um dos principais e mais difíceis de controlar é a umidade relativa do ar (UR). O controle exato da UR durante a armazenagem não é uma tarefa fácil, pois pequenas variações na temperatura da câmara fazem com que varie também a UR, principalmente em baixas temperaturas, tornando-se muito instável nessas condições (PINTO, 2012). Brackmann (2005) ressalta que a umidade relativa dentro das câmaras durante o armazenamento é importante para evitar a desidratação e preservar a qualidade dos frutos, devido a isso a umidade não pode se manter muito baixa, pois diminui o peso, causa murchamento e perdas nutricionais.

A perda de água dos frutos durante o período de armazenamento deve-se principalmente à transpiração (MAGUIRE et al, 2000) e está relacionada ao déficit de pressão entre estes e o ambiente (PINTO, 2012) desse modo aumenta coma temperatura. A velocidade com que ocorre a perda de água diária e, consequentemente, a perda de massa é diferente entre espécies (PINTO, 2012), portanto, há a necessidade de equipamento que expresse um valor de evaporação de água, o qual esteja associado à UR e temperatura e transmita informações sobre o potencial de transpiração dos frutos (ANESE, 2014). Em torno dessa questão também são vários os equipamentos construídos com o intuito de avaliar corretamente a umidade presente no meio a fim de estabelecer uma umidade relativa adequada aos produtos armazenados e controlá-la de acordo. “O psicrômetro é o equipamento mais confiável, o qual é constituído por dois termômetros, sendo que um é coberto por uma mecha (barbante) molhado com água. Porém é impreciso para medir altos níveis de UR, pela pequena diferença psicrométrica, que em 99% de UR a diferença é de 0,13°C entre o bulbo seco e o molhado a 25°C” (MONTEITH; OWEN, 1958).

A construção de um evaporímetro de ventilação forçada pode auxiliar com a obtenção de dados mais precisos de umidade relativa presente no ar correlacionando também a perda de água sofrida pela evapotranspiração dos frutos armazenados, aperfeiçoando assim as condições a serem mantidas nas câmaras de armazenamento.

 

 

Objetivo

 

 

O presente projeto teve o objetivo de construir um equipamento que possa ser usado em câmaras de armazenamento para avaliação da umidade relativa a partir da quantidade evaporada de água.

 

 

METODOLOGIA

 

 

O experimento foi conduzido nos laboratórios didáticos da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS no período de agosto de 2015 á dezembro de 2016.

Inicialmente, com a ideia de construir um equipamento para medir a evaporação diária se pensou em realizar um desenho com as dimensões e morfologia do que seria construído. Para isso foi usado o sistema computacional CAD (Computer Aided Design). O esboço do projeto foi encaminhado a uma funilaria para construir suas bases e o corpo do aparelho com paredes de lata e a haste de metal.

Após foram acoplados os seguintes materiais: uma mangueira transparente reforçada com uma espiral de arame, a qual foi presa na haste lateral de metal para que permanecesse na vertical e fosse possível demarcar medidas equivalentes a longo de seu um metro de comprimento. Auxiliando a firmeza da estrutura foram usadas braçadeiras de plástico para prender a mangueira e uma de metal em cada extremidade para ajudar na vedação. Usou-se também uma emenda de mangueira permitindo abrir e fechar o seu ápice, o que facilita na hora de preencher de água. Também foi realizada a adaptação de um cooler de computador ligado a uma fonte que permitiu a passagem do vento a uma velocidade constante de 3,25 m.s-1 sob a superfície do mini reservatório do interior do aparelho.

 

 

Resultados e discussão

Para melhor controle das condições desejadas foi adaptada uma câmara de 1,10 metros de comprimento, com 0,80 metros de largura e com 0,50 metros de altura, ou seja, 0,44 m3. Esse ambiente foi mantido a uma temperatura constante próxima aos 20ºC para que não houvesse um déficit de pressão de vapor e aumentasse a desidratação por conta disso, já que os fatores que influenciam diretamente a evaporação é a temperatura, a umidade relativa e a velocidade do vento. Após terminado o equipamento passou por testes de funcionamento e apresentou-se apto a ser usado, porém ainda falta a calibração do mesmo, correlacionando sua evaporação potencial com a transpiração de frutos armazenados.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

É importante a busca de novas alternativas e métodos que se aproximem cada vez mais do ideal em relação as condições do ambiente da câmara de armazenamento onde as frutas são mantidas. Quanto mais próximo se chegar da condição ideal de cada fruto mais tempo o mesmo pode ser mantido armazenado e maior será a qualidade do produto ofertado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Referências

Referências:

ANESE, R. O.; Determinação da umidade relativa do ar em câmaras frigoríficas e sua relação com a qualidade de maçãs. Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2014. Disponível no site:<http://cascavel.ufsm.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6568>. Acesso em 29/08/2016.

BRACKMANN, A.; Consequência da umidade relativa durante o armazenamento refrigerado e em atmosfera controlada na qualidade da maçã ´Gala`. Ciência Rural, Santa Maria, v-35, n-5, p. 1197-1200, 2005. Disponível no site:<http://www.scielo.br/pdf/cr/v35n5/a34v35n5.pdf>. Acesso em 29/08/2016.

MAGUIRE, K.M., et al. Harvest date, cultivar, orchard and tree effects on water vapor permanence in apples. Journal of the American Society of Horticultural Science, v.125, n.1, p.100-104, 2000. Disponível no site: <http://journal.ashspublications.org/content/125/1/100.short>. Acesso em 29/08/2016.

MONTEITH, J. L. OWEN, P. C. A thermocouple method for measuring relative humidity in the range 95-100%. Journal of Scientific Instruments, v.35, p.443-446, 1958.

PINTO, J. A. V.; Indução de perda de massa na qualidade pós-colheita de pêssegos ‘Eragil’ em armazenamento refrigerado. Ciência Rural, Santa Maria, v.42, n.6, p.962-968, jun, 2012. Disponível no site: <https://www.researchgate.net/profile/Fabio_Thewes/publication/262618388_Induction_of_mass_loss_in_post-harvest_quality_of_'Eragil'_peaches_in_cold_storage/links/5462061e0cf2c1a63c028b5e.pdf>. Acesso em 29/08/2016.

Publicado
14-10-2016