Primeiro indicativo de diapausa da larva-minadora-dos-citros em Santa Catarina
Resumen
O microlepidoptero Phyllocnistis citrella Stainton (Lepidoptera: Gracillariidae), conhecido como minador-das-folhas-dos-citros, se destaca dentre as pragas associadas à citricultura brasileira. Os danos causados por este inseto podem comprometer as taxas fotossintéticas, causando queda prematura de folhas além de impedir o desenvolvimento das brotações. O ataque deste inseto tem sido frequente em Santa Catarina, tanto em campo quanto em casas de vegetação para produção de mudas e material propagativo. Um dos principais mecanismos de defesa desta praga frente as baixas temperaturas é a diapausa, processo no qual o inseto apresenta uma retenção temporária do seu desenvolvimento, entrando em repouso. Apesar de comum em outros países, este processo não foi relatado no Brasil. Entretanto, no ambiente protegido da casa de vegetação, este fenômeno nunca foi estudado. Desta forma avaliou-se a possível existência de diapausa da minadora-das-folhas-dos-citros em borbulheiras e plantas matrizes de citros em casa de vegetação. O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Itajaí (EEI), da Epagri, (26°57’03”S 48°45’34”O; 6m de altitude). Amostragens foram realizadas de março a dezembro de 2018 a cada 15 dias e folhas contendo minas foram contadas. Adicionalmente, folhas contendo minas foram coletadas e mantidas em laboratório para verificar a emergência de adultos (15 dias). Entre junho e agosto, não foram registradas minas novas nas plantas amostradas, retornando de maneira abrupta no início de setembro. As taxas de colonização no início de setembro foram substancialmente altas, dando indícios de diapausa. Este processo foi registrado em ambientes protegidos em outros países, sendo este o primeiro indicativo de diapausa no País, o que colabora para o manejo desta praga em viveiros de mudas e borbulheiras de citros.