Primeiro indicativo de diapausa da larva-minadora-dos-citros em Santa Catarina

  • Marcelo Mendes Haro Epagri - Estação Experimental de Itajaí
  • Luana Aparecida Castilho Maro Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
  • Camila Eccel

Resumo

O microlepidoptero Phyllocnistis citrella Stainton (Lepidoptera: Gracillariidae), conhecido como minador-das-folhas-dos-citros, se destaca dentre as pragas associadas à citricultura brasileira. Os danos causados por este inseto podem comprometer as taxas fotossintéticas, causando queda prematura de folhas além de impedir o desenvolvimento das brotações. O ataque deste inseto tem sido frequente em Santa Catarina, tanto em campo quanto em casas de vegetação para produção de mudas e material propagativo. Um dos principais mecanismos de defesa desta praga frente as baixas temperaturas é a diapausa, processo no qual o inseto apresenta uma retenção temporária do seu desenvolvimento, entrando em repouso. Apesar de comum em outros países, este processo não foi relatado no Brasil. Entretanto, no ambiente protegido da casa de vegetação, este fenômeno nunca foi estudado. Desta forma avaliou-se a possível existência de diapausa da minadora-das-folhas-dos-citros em borbulheiras e plantas matrizes de citros em casa de vegetação. O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Itajaí (EEI), da Epagri, (26°57’03”S 48°45’34”O; 6m de altitude). Amostragens foram realizadas de março a dezembro de 2018 a cada 15 dias e folhas contendo minas foram contadas. Adicionalmente, folhas contendo minas foram coletadas e mantidas em laboratório para verificar a emergência de adultos (15 dias). Entre junho e agosto, não foram registradas minas novas nas plantas amostradas, retornando de maneira abrupta no início de setembro. As taxas de colonização no início de setembro foram substancialmente altas, dando indícios de diapausa. Este processo foi registrado em ambientes protegidos em outros países, sendo este o primeiro indicativo de diapausa no País, o que colabora para o manejo desta praga em viveiros de mudas e borbulheiras de citros.

Biografia do Autor

Luana Aparecida Castilho Maro, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Engenheira agrônoma graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros (2007), mestre em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa (2010), doutora em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras (2011) e pós-doutora pela mesma instituição em 2013. Possui Formação Pedagógica em Ciências Biológicas (Licenciatura) pela Universidade Vale do Rio Verde (2012). Possui experiência na área de fruticultura com ênfase em tratos culturais, manejo e fisiologia pós-colheita. É pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri, Estação Experimental de Itajaí, com projetos na área de citricultura e bananicultura.

Publicado
10-05-2019