SOFRIMENTO MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: ABORDAGEM E CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS SOBRE O TEMA

Autores

  • Doclécio Luchini Junior Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Paulo Roberto Barbato Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Jane Kelly Oliveira Friestino Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Adriana Remião Luzardo Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Graciela Soares Fonsêca Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Resumo

A Atenção Básica (AB) constitui porta de entrada preferencial aos serviços públicos de saúde, tendo vasta importância no cuidado e abrangendo também, cuidados aos diferentes modos de sofrimento mental. Num contexto social de hipermedicalização no campo da saúde mental, faz-se interessante compreender como é conduzido o tratamento de saúde mental na AB. Neste estudo, buscou-se compreender a percepção de médicos e demais profissionais da equipe de quatro Centros de Saúde da Família (CSF) de Chapecó-SC, sobre a abordagem do sofrimento mental na AB. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, qualitativo, no qual os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas com os médicos e grupos focais com as equipes. O conteúdo audiogravado foi transcrito e efetuou-se o método de análise de conteúdo de Bardin. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Chapecó, por meio do parecer 1.647.056 de 2016. As categorias temáticas foram traçadas após leitura flutuante das transcrições agrupando os trechos das falas a cada uma das categorias, a saber: percepção do sofrimento mental, aspectos avaliados para identificar o sofrimento mental, concepção sobre o tratamento ideal, duração e condução das consultas, percepção e formação da equipe. Identificou-se a existência de uma compreensão por parte da equipe sobre a importância do sofrimento mental, apesar de não haver uma definição clara do sofrimento. Sobre os aspectos analisados para identificar o sofrimento, verificou-se que os médicos avaliam mais os sintomas relatados; enquanto a equipe, as causas. Sobre “concepção do tratamento ideal”, houve anseio por maior apoio da rede de atenção, principalmente psicólogos, no atendimento dos pacientes e da equipe. Relacionado à duração e condução das consultas, os médicos acreditam ser pouco o tempo preconizado atribuindo importância à escuta ampliada e qualificada. Finalmente, analisou-se a percepção sobre a formação no que tange à temática do estudo, sendo que a equipe considera sua formação insuficiente e os médicos consideram importante a constante atualização acerca do tema. Concluiu-se que os profissionais entendem o que é o sofrimento mental, apesar de considerarem a formação insuficiente. Outrossim, viu-se que os médicos seguem os critérios para os diagnósticos e consideram pouco o tempo de consulta.

 

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Publicado

13-08-2025