SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA
Resumo
O envelhecimento é um processo irreversível e dinâmico que inclui transformações constantes, as quais podem ser interpretadas simultaneamente como ganhos e perdas na vida do idoso. As sensações de declínio físico, ansiedade, impotência e tristeza se intensificam, e nesse contexto a identidade pode sofrer desequilíbrio e, em casos mais graves, precipitar demências e alterações psicológicas, como a depressão. Neste sentido, objetivou-se analisar a prevalência de sintomas depressivos em idosos que participam de grupos de convivência, vinculados ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Efapi e CRAS Céu do município de Chapecó-SC. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva-analítica e transversal realizada com 165 idosos de ambos os sexos. A coleta de dados foi realizada nos meses de março e abril de 2017, por meio de entrevistas individuais, no momento de encontro dos grupos de convivência. Os instrumentos utilizados foram um questionário, composto por questões já validadas, adaptado aos objetivos do trabalho, para conhecer as condições de vida e saúde do idosos e as características sociodemográficas e a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage – versão reduzida (GDS - 15), instrumento validado para detecção de sintomas depressivos em idosos. Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva, média, desvio padrão e a distribuição de frequências. Conforme os resultados encontrados no presente estudo, dos 165 idosos entrevistados, 73,3% foram representados por mulheres e 26,7% por homens. Verificou-se ainda que 46,1% tinham entre 60 e 69 anos, 86,7% autorreferiram cor de pele branca, 54,5% viviam sem companheiro (a) e 86,1% estudou até cinco anos. Quanto ao tempo de participação no grupo de convivência, 87,39% eram participantes há mais de um ano. Foram evidenciados sintomas depressivos em 18,2% dos idosos, com maior prevalência de sintomas leves e entre as mulheres. A partir da avaliação dos escores da Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (GDS-15), dos idosos que apresentaram sintomas depressivos, 83,3% relataram que se sentem aborrecidos com frequência e 60% sentem que sua vida está vazia. Também destaca-se que 83,3% desses idosos já deixaram de lado muito de seus interesses e atividades, principalmente por questões financeiras. No entanto, 73,3% responderam que estão satisfeitos com sua vida, e na pergunta: “Você pensa que é maravilhoso estar vivo?” a resposta foi “Sim” em 90% das narrativas, além de 56,7% responderem que se sentem felizes na maioria das vezes. O maior problema relatado foi o de memória, que 96,7% responderam que sentem mais problemas de memória hoje, do que ontem. Pode-se concluir, a partir dos resultados, que os grupos de convivência podem gerar efeitos benéficos para os idosos, por proporcionar condições para um envelhecimento mais saudável, referindo-se à saúde física e mental. Logo, ressalta-se a importância da implementação de programas e projetos com o olhar voltado à qualidade de vida dos idosos, buscando a diminuição dos sintomas depressivos.