A DIMENSÃO EDUCATIVA PARA FORMAÇÃO CRÍTICO-REFLEXIVA E CRIATIVA DO/A ENFERMEIRO/A: CAMINHOS E DESAFIOS ENTRE A GRADUAÇÃO E A ATUAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Authors

  • Fabrine Maria Favero UFFS
  • Cláudio Claudino da Silva Filho UFFS
  • Elisangela Giachini UFFS
  • Beatris Zanfir Damarem Enfermeira ESF Jardim América
  • Gisielli Menegolla Enfermeira ESF Jardim América
  • Lilian Cristina Galão Enfermeira ESF Jardim América

Abstract


Resumo: A formação profissional em saúde vem sendo amplamente estudada na última década, e possui lacunas a serem superadas, dentre elas, aproximar a academia do atual contexto que a classe da enfermagem está inserida, como a desvalorização dessa categoria profissional, tanto socialmente, como por outras categorias que deveriam trabalhar em colaboração. As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Enfermagem preconiza uma formação profissional crítica e reflexiva, contudo, o despertar da criticidade não pode ser encarado como um processo simples, nem a ser atingido com métodos tradicionais e simplistas. Esse trabalho tem como objetivo geral refletir sobre os diferentes modos de ensinar e aprender na enfermagem desde a graduação até a prática profissional, e como esses modos influenciam na educação em saúde com foco na Atenção Primária, visando a construção de Enfermeiros/as críticos, reflexivos e criativos para enfrentar os desafios atuais do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um estudo reflexivo, construído a partir das DCN para Enfermagem e de materiais e autores/as que abordam os processos de ensinar e aprender e a educação em saúde com foco para Atenção Primária em Saúde. A partir das leituras, aponta-se que a visão do que fazer, como, onde e quando fazer, precisa ser estimulada desde as fases iniciais do processo formativo universitário (ou mesmo em formação técnica, para os/as demais integrantes da equipe de enfermagem), afim de desenvolver competências, entendidas como conhecimentos, habilidades e atitudes para lidar com situações imprevistas (muitas vezes, distantes das teorias vistas em sala de aula), que fazem parte da vivência e do trabalho em saúde. A educação em saúde, dentro das quatro dimensões para a atuação do/a Enfermeiro/a (Educação, Gestão, Cuidado, e Pesquisa) deve perpassar de maneira transversal por todas as ações que são desenvolvidas, fazendo parte de orientações, sensibilizações e consultas de enfermagem, e se constituindo como uma ferramenta de trabalho do cotidiano em saúde, principalmente quando enxergamos o SUS na perspectiva conceitual da saúde coletiva. Na atual estruturação da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a educação em saúde é de suma importância e deve ser desempenhada e planejada por todos os membros da equipe. A prática profissional e alguns estudos vem demonstrando que o/a Enfermeiro/a é protagonista no planejamento de atividades educativas dentro e fora das unidades de saúde, ou seja, para a sua equipe e para a população em geral é uma figura de referência percebida como “Educador nato”.  Com essa atuação,  há um fortalecimento de vínculos com as diversas categorias profissionais presentes na equipe multidisciplinar e intersetorial. Além disso, o enfermeiro possui considerável aproximação contextual das áreas de abrangência da unidade, como também das características da população adscrita, mantendo o que é solicitado na PNAB, onde dispõe sobre a responsabilidade do profissional e da equipe pelos/as usuários/as. Denota-se que são necessárias espaços de diálogo entre a equipe sobre as competências necessárias ao melhor desenvolvimento da educação em saúde, como forte aliado à efetivação da PNAB e das garantias constitucionais do SUS

Published

13-08-2025