METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DE GESTORES DE SAÚDE
Resumo
Historicamente, a formação dos profissionais da saúde tem sido pautada no uso de metodologias tradicionais e os avanços pedagógicos exigem mudanças urgentes nas instituições formadoras visando, entre outros aspectos, o trabalho vinculado ao papel social de compromisso com as políticas de saúde. Este trabalho foi elaborado a partir do contato com as Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem em um curso de formação que utilizava este modelo pedagógico. A abrangência do contexto de gestão em saúde foi facilitada com essa prática. Ao reconhecer que a nova aprendizagem é um instrumento necessário e significativo para ampliar as possibilidades e caminhos, o gestor exercita a liberdade e a autonomia na realização de escolhas e na tomada de decisões. O objetivo é relatar a experiência em uma formação com o modelo didático de metodologias ativas de aprendizagem. Utilizamos como metodologia a revisão descritiva apresentada como relato de experiência. As metodologias ativas estão alicerçadas no princípio teórico da autonomia e utilizam a problematização como uma das principais estratégias de ensino-aprendizagem. Tem-se como objetivo alcançar e motivar os alunos diante de um problema apresentado, visto que este deve deter examinar, refletir e relacionar a sua história pessoal e profissional e dar um novo sentido a esse conhecimento. O diferencial no processo de aprendizagem é a valorização do conhecimento prévio que os alunos possuem. Inicialmente arguidos pelo processo ativos, os alunos são envoltos por processos de problematizações frequentes, tendo situações corriqueiras como situações problema, plenárias, atividades autodirigidas, oficinas de trabalho, visitas técnicas, oficinas, dentre outros, que agregam mais valor ao conhecimento prévio. Vários elementos que facilitaram a aprendizagem foram utilizados, novas habilidades e competências foram adquiridas para um novo perfil profissional que fizeram a diferença para o trabalho como gestor. O investimento em competências para a assistência também foi muito relevante, onde pensar o usuário como principal foco da gestão do cuidado em saúde contribuiu para a quebra de vários paradigmas, principalmente em repensar modelos de gestão em instituições nosocomiais marcadas pelo modelo biomédico. Participar desta formação favoreceu o fortalecimento e a motivação, pois como todo processo de ensino aprendizagem resulta em aprender a aprender, a ressignificação das práticas de gestão foram aprimoradas, pois ao retornar para o cenário de prática instigava-nos a repensar ações, a propor novos instrumentos de gestão e principalmente fomentar o diálogo coletivo.
Referências
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