A SAÚDE DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA E A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

  • Ana Caroline Geremia Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
  • Willian Lorentz Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
  • Gabriela Menissa Pellenz Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
  • Eleine Maestri Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó

Resumo

Com o aumento da industrialização no século XX, muitas pessoas deixaram o ambiente das regiões de interior para tentar melhores condições de vida nas grandes metrópoles industrializadas, tal circunstância ficou conhecida como êxodo rural. A nova realidade das cidades era geradora de desigualdades, obrigando as pessoas sem condições monetárias elevada, a se deslocarem para as “bordas” das cidades, posteriormente conhecidas como periferias. Tendo como ponto principal uma análise teórica e reflexiva do assunto, percebe-se que a desigualdade social se intensificava com o tempo, levando uma parcela populacional a enfrentar condições lastimáveis sem moradia, convivendo na calamidade das ruas. Atualmente, as questões que levam o indivíduo a enfrentar essa realidade são inúmeras, as quais podem afetar diretamente em sua qualidade de vida e convívio social. A saúde não se trata apenas da ausência de doenças, mas transpassa o bem-estar físico, chegando ao mental e social. De acordo com a Constituição Federativa Brasileira (1988) – mais especificamente o artigo N° 196 – afirma-se que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. O acesso às Unidades Básicas de Saúde (UBS) como portas de entrada ao Sistema Único de Saúde (SUS), se faz de extrema importância, tendo em vista que a maior parte dos moradores de rua se encontram em condições de maior vulnerabilidade do saneamento básico. Há grande dificuldade da adesão dos cadastros realizados nas UBS para registro dos pacientes, tendo em vista que essa população não possui uma moradia fixa e maneiras de comprovar residência. Com o entendimento de que a opressão social é um dos principais fatores que desencorajam a pessoa em condição de rua a frequentar os serviços de saúde em locais fixos, criaram-se algumas estratégias, as quais o atendimento em saúde vai ao encontro dessas pessoas. Estratégias como o programa Consultório nas Ruas, desenvolvido pelo SUS possibilita a efetivação do acesso aos seus princípios e o direito de cada cidadão à saúde. A necessidade do atendimento multiprofissional estar presente de maneira efetiva nos contatos profissionais se faz de extrema importância. A presença do vínculo entre profissional e usuário e a confiança criada nessa relação são chaves fundamentais para a efetivação da qualidade de atendimento, mantendo sempre o foco na promoção e prevenção em saúde. Sendo assim, entende-se que o papel da enfermagem no acolhimento e a sensibilização do indivíduo acerca da importância do cuidado e da atenção à saúde é de extrema importância, pois esses indivíduos possuem necessidades específicas que devem ser bem abordadas pelo profissional. Estratégias desenvolvidas com o princípio da equidade se fazem de extrema importância e necessidade, pois cada indivíduo é diferente em sua essência e, mantendo sempre um olhar de caráter inclusivo, podemos construir uma população sustentada pelos princípios da universalidade e integralidade. O vínculo constante entre essa população fortemente marginalizada no convívio social e os serviços de saúde se apresentam com caráter inclusivo. O desenvolvimento da qualidade de vida e o empoderamento dessa população os proporciona a busca de melhores condições de vida e bem-estar social.

 

 

Palavras-chave: Enfermagem; Saúde; Pessoas em Situação de Rua; Sistema Único de Saúde.

Biografia do Autor

Ana Caroline Geremia, Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
Willian Lorentz, Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
Gabriela Menissa Pellenz, Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
Eleine Maestri, Universidade Federal Da Fronteira Sul Chapecó
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde