A PRESENÇA DO NUTRICIONISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Resumo
Resumo: As ações de alimentação e nutrição no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) visam a ampliação da qualidade do cuidado aos usuários. Objetivo: Identificar a presença de nutricionistas nos serviços de saúde na APS em duas Regiões de Saúde no interior do Rio Grande do Sul. Metodologia: Estudo de abordagem quantitativa realizado com profissionais de saúde de nível superior em 32 municípios pertencentes a duas Regiões de Saúde. A amostra foi definida com base no número de profissionais de nível superior registrados no Cadastro Nacional do Estabelecimento de Saúde CNES , obtendo-se como amostra n=247. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas realizadas nos serviços de saúde utilizando um questionário sociodemográfico. Este estudo deriva de um projeto matricial, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM, sob número do CAAE: 34137314.4.0000.5346, o qual recebeu apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, edital Universal 2014. Ressalta-se que todos os preceitos éticos da foram respeitados e seguidos. Resultados: foram entrevistados 207 profissionais de saúde e excluídos n=40 (16,2%) por razão de recusa, afastamento por motivo de saúde, e ou férias. Dentre os profissionais entrevistados, n=95 (46,12%) executam suas atividades em Estratégias de Saúde da Família (ESF). A média de idade dos profissionais é de 39,2 anos, e a média de tempo de trabalho foi de 7,05 anos. Quanto à formação dos entrevistados, exclusivamente 3 (1,5%) referem-se aos nutricionistas. Outras categorias profissionais encontradas correspondem aos médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e assistentes sociais. Discussão: Autores afirmam que a transição nutricional influenciou o perfil epidemiológico causando mudanças nos padrões de morbidade, ocasionando aumento de doenças crônicas não transmissíveis e obesidade. O nutricionista é um profissional importante na implementação de ações de promoção, tratamento e reabilitação da saúde, todavia sua participação na APS é reduzida. Sua importância é salientada em estudo quando autores trazem a insegurança de médicos e enfermeiros com relação a abordagem de problemas referentes a alimentação e comportamentos alimentares do usuários, por falta de conhecimentos específicos na área. A ampliação da ações de cunho preventivo, emergentes do campo da nutrição exige maneiras de inserção compatíveis com a realidade da população. A atenção nutricional oportuniza um modelo ampliado de saúde e cuidado contribuindo com a integralidade da atenção. Conclusão: No cenário da APS, a atenção nutricional pressupõe ações diferentes e, sobretudo adequadas tanto para os indivíduos, quanto famílias e comunidade ratificando a importância destes profissionais neste espaço. Contudo sua presença ainda é considerada um desafio, haja vista não fazer parte da equipe mínima da APS, o que coloca aos gestores dos serviços a viabilização da sua presença.Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Nutrição; Gestão em Saúde.
Referências
BRASIL, Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Brasil: Ministério da Saúde, 2014.
_____ . Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília, Diário Oficial da União, 12 dez. 2012.
BORELLI, M. et al. A inserção do nutricionista na Atenção Básica: uma proposta para o matriciamento da atenção nutricional. Ciência e Saúde Coletiva, v. 20, n. 9, p. 2765-2778, 2015.
MANCUSO, A. M. C., TONACIO, L.V., SILVA, E. R., VIEIRA, V. L. A atuação do nutricionist n tenção Básica à Saúde em um grande centro urbano. Ciência e Saúde Coletiva,v.17, n.12, p.3289-3300, 2012.
MATTOS, P. F., NEVES, A. S. A importância da atuação do nutricionista na Atenção Básica à Saúde. Revista Práxis, v.1, n.2, 2009.
NEIS, M.; STOLLMAIER, A.; SILVEIRA, J. L. C. A importância do nutricionista na atenção básica à saúde. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, v. 46. n. 2, p.399-414, out, 2012.