QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE RENAL CRÔNICO: ANÁLISE DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO AO PORTADOR

  • Maiara Vanusa Guedes Ribeiro Universidade Federal da Fronteira Sul_Campus Chapecó
  • Camila Zanesco Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
  • Débora Tavares de Resende e Silva Universidade Federal da Fronteira Sul_Campus Chapecó

Resumo

Resumo: A Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal foi instituída em 15 de junho de 2004, pela Portaria 1.168 do Ministério da Saúde, com o propósito de organizar o sistema de atendimento à pessoa portadora de doença renal, o qual ocorria de forma fragmentada e tinha seu atendimento centrado na alta complexidade do Sistema Único de Saúde (sus). A proposta da política foi de criar um modelo de atenção e gestão em que os usuários fossem acompanhados de forma integral nos três níveis de atenção: básica, média e alta complexidade, em consonância com o que preconiza o SUS, no que se refere ao princípio da integralidade e a diretriz da hierarquização. O presente estudo objetiva analisar a qualidade de vida (QV) de pacientes com doença renal crônica (DRC) em tratamento por hemodiálise (HD) em uma clínica do Oeste catarinense, contrapondo os achados com as estratégias da atual política nacional de atenção ao portador de DRC. Estudo transversal descritivo, com 116 pacientes com DRC em HD. Para coleta de dados foi utilizado um questionário de caracterização da amostra e o Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey (SF-36), em um serviço no Oeste catarinense. Considerando a QV de pacientes em tratamento por HD em um serviço no Oeste catarinense, encontrou-se níveis de QV reduzidos, em cinco dos oito domínios do SF - 36, sendo os os seguintes: limitações por aspectos físicos (média=29), capacidade funcional (média=41), estado geral de saúde (média=40), limitações por problemas emocionais (média=38), vitalidade (média=49). Considerando os achados e relacionando-os com a atual política nacional de atenção ao portador de DRC questiona-se as reais propostas para os pacientes com DRC para além das ações voltadas ao tratamento reacionário hemodiálise. Questiona-se as ações desenvolvidas para manter esses pacientes em tratamento por HD com QV satisfatória, do suporte ofertados quando considerado as equipes interdisciplinares de atenção. Os principais domínios com níveis reduzidos são relacionados a aspectos físicos e de saúde mental, visto que, os pacientes não possuem uma rede de apoio e acompanhando de forma contínua destas questões. Conclui-se que, a QV dos pacientes com DRC em HD apresentou-se diminuída em vários aspectos devido a sucessivas situações que comprometem o estado físico e psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais com impacto da doença na rotina de atividades de vida diária dos doentes renais, sendo que, a política de atenção ao portador de DRC possui pleno potencial para melhoramento no sentido de garantir  um suporte/assistência interdisciplinar não apenas nas diferentes fases da DRC mas sim, visando um olhar amplo e holístico ao pacientes de forma contínua.

Biografia do Autor

Maiara Vanusa Guedes Ribeiro, Universidade Federal da Fronteira Sul_Campus Chapecó
Discente do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Bolsista do programa PET-SAÚDE/GRADUASUS Edital nº390/UFFS/2016. Participante do Grupo de Estudo e Pesquisa GEPISC/UFFS/SC.
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde