SABERES E PRÁTICAS RELATIVAS HÀ ATIVIDADES TEÓRICO-PRÁTICAS NA PERPECTIVA DAS ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM EM UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ

  • Ana Carolina Teixeira Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó
  • Ariane Lourdes Gomes Bueno Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó
  • Bruna Weirich Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó
  • Mayara de Oliveira Walter Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó
  • Thaís Kinsel Mocellin Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó
  • Valéria Silvana Faganello Madureira Universidade Federal da Fronteira Sul - Chapecó

Resumo

Resumo: Objetivo: relatar experiência vivenciada pelas acadêmicas referente à prática de consultas de enfermagem. Método: Trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas durante o componente curricular ‘O Cuidado no processo de Viver Humano I’ do Curso de Graduação em Enfermagem da UFFS em um Centro de Saúde da Família do município. Durante a realização das Atividades Teórico-Práticas, as estudantes vivenciaram a consulta de enfermagem (CE) desenvolvida com usuários portadores de doenças crônicas não transmissíveis, especialmente hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM). No início das atividades práticas, uma conversa com as agentes comunitárias de saúde possibilitou a identificação de portadores de HAS e ou DM de cada micro área, especialmente daqueles com dificuldades de controle da doença. Vários desses portadores foram visitados pelas estudantes em seus domicílios, ocasiões em que desenvolviam a CE. Anteriormente à visita domiciliar (VD), o prontuário do usuário era analisado para conhecer seu histórico de consultas, resultados de exames realizados, medicamentos em uso, dentre outras informações. Em seguida, na VD, a consulta era feita respeitando todas as etapas do processo de enfermagem. Resultados: a CE assim desenvolvida é diferente daquela feita no consultório de enfermagem, o que impõe alguns limites à atuação do estudante. Uma diferença é a anamnese, geralmente feita em uma conversa com vários membros da família. Outra diferença se refere ao exame físico que nem sempre é completo em razão das limitações próprias dos domicílios, que não dispõem dos recursos disponíveis na unidade de saúde, o que restringe a coleta de algumas informações. Outra diferença ainda é o tempo de duração da consulta que, no domicílio, pode estender-se por mais de uma hora. Conclusão: o desenvolvimento da CE durante a VD demandou o desenvolvimento de habilidades como, por exemplo, a de reconduzir um diálogo para o foco da consulta, a de observar atentamente as necessidades de cada usuário e abordá-las na CE, a de otimizar o tempo, planejar o cuidado e observar os resultados de forma mais tangível. Essa experiência permitiu também o estabelecimento de relação mais próxima com os usuários e compreender a importância da proximidade do enfermeiro com a comunidade. Todas as informações, avaliações e ações foram registradas no prontuário no dia em que a CE é feita. Porém, foi possível perceber que, ao contrário do que ocorre em hospital, a evolução de enfermagem pode demorar alguns dias para ser feita, pois demandará retorno ao domicílio para avaliação do cuidado. Dessa experiência conclui-se que a atuação efetiva dos enfermeiros exige vinculação entre teoria e prática, relacionando os cuidados com as necessidades de cada usuário. É importante, nesse cuidado, considerar os serviços e insumos disponibilizados pelo SUS, bem como a realidade de vida de cada usuário e sua família. É necessário proximidade nas relações entre profissional e usuários. Ao final, além do aprendizado da CE, foi possível adquirir maior autonomia e ampliar o compromisso social, pois, nas VD, constatou-se os problemas, os hábitos e a situação de vida de cada usuário para planejar em conjunto o seu próprio cuidado.
Publicado
03-03-2018
Seção
Saberes e Práticas de Atenção à Saúde