Avaliação dos efeitos adversos de anticoncepcionais em mulheres usuárias do SUS no município de Maravilha/SC
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos indesejáveis dos anticoncepcionais orais e injetáveis em mulheres usuárias do SUS do município de Maravilha, Santa Catarina (SC). Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, de abordagem quantitativa. Foram realizadas 53 entrevistas com mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais disponíveis nas Farmácias Básicas do SUS. Os critérios de inclusão foram: ter acima de 18 anos, residir no município de Maravilha, utilizar contraceptivos fornecidos pelas Farmácias Básicas do município e aceitar participar da pesquisa. Todas as mulheres responderam a um questionário quanto à idade, tempo de uso de anticoncepcional e reações adversas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste de Santa Catarina sob o protocolo número 1.968.776. Dentre os efeitos adversos relatados pelas usuárias dos contraceptivos orais, os mais frequentes foram: dores de cabeça (7,4%), aumento da cólica menstrual (5,6%), aumento do fluxo menstrual (3,7%) e inchaço da mama e/ou abdômen (3,6%). Já os efeitos adversos mais frequentes relatados pelas usuárias dos contraceptivos injetáveis foram: tontura (13,2%), dores de cabeça (11,3%), dores generalizadas (9,4%), alteração no humor (7,5%) e sensação de calor (7,5%). Os anticoncepcionais, em geral, são indicados para evitar uma gravidez indesejada, regular o ciclo menstrual e entre outros benefícios, porém, podem causar efeitos adversos. Os resultados encontrados nesse estudo demonstram que a atuação do farmacêutico e outros profissionais de saúde é muito importante na minimização dos efeitos adversos no uso dos anticoncepcionais, pois o uso correto, seguro e racional dos contraceptivos, além da avaliação da interação com outros medicamentos e alimentos, minimizam os efeitos adversos e melhoram a eficácia terapêutica do fármaco.Referências
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