PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA KAINGANG DE PASSO FUNDO/RS
Resumo
Resumo: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) representam um problema de saúde pública não só no Brasil, mas também em âmbito mundial. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. As IST são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, através do contato com vírus da pessoa infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, no parto ou na amamentação. O tratamento das pessoas atingidas por IST possibilita uma melhora na qualidade de vida, além de interromper a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS, incluindo o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi/SUS). No entanto, apesar da maior cobertura de detecção das infecções sexualmente transmissíveis, oferta de testes rápidos mais sensíveis, melhora no diagnóstico, há ainda fatores preocupantes que contribuem com aumento do número de pessoas infectadas, segundo dados do MS que demonstram novos casos anualmente. A prática sexual muitas vezes ocorre sem proteção, sugerindo que o uso de preservativos ainda é não consenso e, muitas vezes, está associado apenas ao método contraceptivo e não de proteção. O MS preconiza o modo de prevenção combinada, que abrange o uso da camisinha masculina ou feminina, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós exposição ao HIV, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, dentre outros. Embora muito se tenha evoluído nas questões de tratamento para as pessoas infectadas com IST, sabe-se que a educação em saúde, com objetivo de prevenir a contração dessas moléstias, continua sendo a melhor forma de evitar o contato. O objetivo deste trabalho, focado na educação em saúde, foi orientar sobre as IST, conscientizando a comunidade indígena do acampamento Butiá, localizado às margens da BR 285, próximo do aeroporto municipal de Passo Fundo, sobre a importância do uso de preservativo e da prática sexual segura, bem como orientar sobre o risco da transmissão vertical. Os profissionais da equipe multidisciplinar de saúde indígena realizaram atividade educativa, cujo objetivo foi orientar a comunidade sobre a prevenção das IST, a prática sexual segura e a vigilância permanente sobre as condições de saúde daquela comunidade. Após a atividade de educação foram disponibilizados testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C para toda a comunidade. A maioria dos membros da comunidade, após as atividades educativas, aderiu à proposta de realização da testagem rápida para IST. A atividade realizada demonstra que a educação em saúde, com objetivo de prevenir os agravos, é uma estratégia de conscientização e possibilita o acesso aos serviços de saúde às populações mais vulneráveis, tais como os indígenas.
Palavras-chave: Infecções Sexualmente Transmissíveis; Educação Em Saúde; Prevenção.