CUIDADO HUMANIZADO NO AMBIENTE HOSPITALAR: CONSIDERAÇÕES DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Resumo
O presente trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem sobre a formação em saúde a luz da Política Nacional de Humanização (PNH). O Estágio Curricular Supervisionado II (ECSII) realizado no ambiente hospitalar constitui-se atividade obrigatória do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC, totalizando no semestre 450 horas realizadas sob orientação e supervisão de um professor, e também acompanhamento em forma de preceptoria por um enfermeiro. Durante a vivência do ECS II observou-se que as práticas de enfermagem são impessoais, acompanhadas de rotinas mecanizadas e técnicas, onde o olhar ao indivíduo não é considerado, restringindo-se ao foco da doença. Observou-se que os costumes, as crenças, os valores e os hábitos do paciente nesse processo não são respeitados. Diante desta realidade, o Ministério da Saúde publicou no ano de 2004 a PNH com vista à minimizar as fragilidades existentes nos serviços de saúde na atenção e gestão, assim procura garantir os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse processo de imersão dos acadêmicos no ambiente hospitalar evidencia-se a necessidade de discussão a cerca da humanização nos seus moldes teóricos e práticos. Visto que, é notório as fragilidades e lacunas observadas no processo de cuidado ao paciente. Acredita-se que a formação e educação em saúde, propicia momentos para reflexão e aprendizado, a partir de cenários vivenciados. No intuito de que a formação profissional englobe ferramentas teóricas, técnicas, políticas e éticas, percebeu-se, nas vivências de cuidado ao paciente no ambiente hospitalar, que a utilização desses instrumentos são fundamentais e resolutivos. Elas promovem a aproximação dos envolvidos neste cenário. Nesta perspectiva a atenção humanizada se constitui em oportunidades de oferecer o acolhimento, qualificando as relações e concretizando aspectos humanísticos, suscitando o olhar atento e integral, a escuta qualificada e a aproximação empática. Visualiza-se a necessidade de uma educação permanente e continuada nos serviços de saúde, de modo a consolidar práticas e conhecimentos intrínsecos a valorização e respeito ao outro indivíduo como um ser biopsicosocio espiritual. Esse exercício é uma extensão da sensibilização iniciada durante a vida acadêmica que deve ser reforçada e trabalhada nos diversos espaços de inserção desses profissionais, buscando o aperfeiçoamento e a qualificação da prática do cuidado.