EDUCAÇÃO PERMANENTE DE ENFERMEIROS: FERRAMENTA PARA GERENCIAMENTO DE EQUIPES

  • Carise Fernanda Schneider Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC
  • Letícia de Lima Trindade Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC
  • Carine Vendruscolo Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC
  • Mônica Ludwig Weber Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC

Resumo

Resumo: o objetivo do presente estudo é relatar uma experiência de educação permanente realizada para qualificar os enfermeiros de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, em um município do oeste catarinense, no que diz respeito ao gerenciamento de equipes de saúde. Trata-se do relato de experiência de uma prática de intervenção solicitada aos alunos do Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a qual teve como cenário a referida unidade de urgência e emergência. Para orientar as atividades, primeiramente, foi realizada uma entrevista semi-estruturada com nove enfermeiros da UPA, a fim de identificar as principais fragilidades gerenciais destes profissionais no ambiente em questão. Com base nos resultados obtidos no questionário, foi realizada oficina de qualificação sobre gestão de equipes de saúde, dialogando com os profissionais sobre o desenvolvimento dos membros da equipe de saúde, relações conflituosas e tomadas de decisões. As atividades foram encerradas com um exercício prático sobre a utilização de ferramentas de feedback, que propiciou aos enfermeiros treinar as formas de avaliação do desempenho dos membros da equipe.  Na apreciação das respostas ao questionário, foi evidenciado que a principal dificuldade que os enfermeiros possuem na gestão das equipes está relacionada à solução de conflitos. Nesse sentido, observa-se que, no processo de trabalho, o gerenciamento de conflitos tem sido tão exigido e relevante quanto o planejamento, a tomada de decisões e até mesmo, as técnicas do enfermeiro, o que repercute no cuidado prestado. Em relação à profissão da enfermagem, a gestão é um campo de conhecimentos e práticas que se aprimoram continuamente, diante de situações peculiares, típicas do dia a dia, o que exige reflexão e instrumentalização constante. Assim, a necessidade de ter subsídios para aprimorar as formas de comunicação entre enfermeiros e a equipe, emerge nos questionários como relevante para melhorar o desempenho dos profissionais. Contudo, é possível adotar ferramentas de trabalho que facilitem o processo de reconhecimento de potencialidades e estímulo de novas formas de gerenciar. Na coordenação do trabalho em saúde, vários aspectos estão envolvidos, desde valores, culturas, talentos, conhecimentos e competências individuais e curriculares; até motivação, sociabilidade e integração coletiva. Conclui-se que o gerenciamento de equipes de saúde compreende atividades complexas, que vão desde ações de organizações, uso de tecnologias, administração de recursos e tarefas, até ações de educação em serviço para os profissionais. Estes e outros aspectos da gestão em saúde, são interdependentes e repercutem na qualidade da assistência. Neste sentido, as ações devem estar articuladas e direcionadas a uma finalidade primordial que é a melhoria da qualidade e do acesso aos usuários. Para tanto, é importante que as organizações de saúde mensurem as necessidades de aprimoramento e ofereçam oportunidades de qualificação, para o desenvolvimento pessoal e profissional. A partir disso, a qualificação profissional, como ferramenta de gestão no âmbito das equipes de saúde, emerge no cenário como importante estratégia para enfrentar os problemas encontrados nos serviços, fortalecer as habilidades práticas, aumentar o conhecimento dos profissionais e melhorar a dinâmica de funcionamento das instituições.

Palavras-chave: Enfermagem; Gerenciamento em Saúde; Educação Permanente em Saúde.

Publicado
16-02-2018
Seção
Planejamento e Gestão dos Sistemas de Saúde