A MARGEM PERMISSIVA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER OCULTADA NOS SÍMBOLOS CULTURAIS, LINGUISTICOS E RELIGIOSOS

  • Serli Ferreira de Andrade Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Laranjeiras do Sul
  • Liria Ângela Andrioli Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Laranjeiras do Sul

Resumo

O presente texto baseia-se principalmente em Pierre Bourdieu, em sua obra "O Poder Simbólico", para despertar o interesse para as diversas formas de violências simbólicas que dão margem à violência contra a mulher, camuflando-se e preservados por gerações, por meio da cultura, da linguagem e da religião, mantendo a mulher numa condição oprimida e servil, mas sem que se identifique como tal, de maneira que podem se contrapor a qualquer ruptura desses hábitos, enquanto inconscientemente reproduzem tal ordem sistêmica, conforme resume o autor sobre a perpetuação do poder simbólico exercido. Como quebra de paradigma, é possível extrair de Norberto Bobbio, em "A Era dos Direitos", que o ser humano deve ter sempre a preocupação de manter a distinção entre a teoria e a prática, tendo em mente que ambas percorrem duas estradas diversas em velocidades muito desiguais. No caso da sobreposição de gênero, tendo a violência simbólica como instrumento, conforme Bourdieu, a teoria é desconhecida da camada oprimida, uma vez que o poder simbólico é imperceptível possibilitando, assim, que o combate a essa violência e a sua prática, sejam de fato díspares.

Biografia do Autor

Serli Ferreira de Andrade, Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Laranjeiras do Sul

Mestranda em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável

Liria Ângela Andrioli, Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Laranjeiras do Sul

Professora da Uffs Campus Laranjeiras do Sul

Referências

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeito: Bertrand Brasil S.A, 1989.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Nova Editora, 2004.

ZIZEK, Slavoj. Primeiro como tragédia, depois como farsa. São Paulo: Boitempo, 2009.

ALBUQUERQUE, Ana Luiza. "É só uma brincadeira": o machismo que se esconde por trás do humor. In: Blog não me kahlo. Disponível em: <http://www.naomekahlo.com/single-post/2017/01/16/%C3%89-s%C3%B3uma-brincadeira-o-machismo-que-se-esconde-por-tr%C3%A1s-do-humor>. Acesso em: 06/10/2017.

Publicado
14-12-2017