Práticas de enfrentamento ao capacitismo na extensão universitária
Resumo
O capacitismo configura-se como uma estrutura social que produz a violação de direitos humanos das pessoas com deficiência. As situações de preconceito e discriminação se dão em virtude dos corpos e das capacidades que algumas pessoas apresentam, as quais destoam dos padrões considerados normais e capazes pela sociedade. No modelo econômico político do neoliberalismo, valoriza-se a independência, a individualidade e a competitividade, o que acaba por dificultar a inclusão das pessoas com deficiência. O objetivo deste trabalho é discutir as práticas de enfretamento ao capacitismo através da extensão da UFRGS. Desde 2018 vimos desenvolvendo estudos e ações na temática do capacitismo, impusionadas pela entrada de estudantes cotistas pessoas com deficiência (PCD) no curso de Psicologia. Atualmente este trabalho está vinculado ao projeto “Acolhimento à População em Situação de Violação de Direitos Humanos: Discutindo o Capacitismo 2022-2023”, estando articulado ao Coletivo de Extensão e Pesquisas Anticapacitistas/CEPAC. Em virtude da relevância do racismo na produção de violação de direitos humanos da população negra no Brasil, nossas ações baseiam-se na interseccionalidade entre deficiência e raça. O referencial teórico-metodológico se baseia na(o): Educação Popular, Modelo Social da Deficiência, Estudos das Relações Raciais e Interseccionalidade. Os recursos metodológicos são rodas de conversas e oficinas temáticas. Durante o momento da pandemia do Covid-19, iniciamos atividades virtuais, como oficinas com arte para idosos com afasia, e a criação de uma roda de conversa aberta para discussão do capacitismo. Também criamos um perfil no Instagram e realizamos lives temáticas. Todos esses recursos são utilizadas como metodologia para a promoção à saúde. A avaliação das ações com o público envolvido é feita através de rodas de conversas. É surpreendente o engajamento e os resultados positivos produzidos no formato remoto, assim como se reafirmou a potência do trabalho com/em grupos na produção de espaços de saúde.