ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS FENÓLICOS DE JAMBOLÃO, BUTIÁ, PIMENTA ROSA E MARCELA

  • Danielle Specht Malta Universidade do Estado de santa Catarina
  • Fernanda Ferreira Núñez Universidade Federal do Rio Grande
  • Henrique Delgado Kikumoto Gracia
  • Luana Le Lencina Bianchin
  • Michele Moraes de Souza
  • Vilásia Guimarães Martins

Resumo

Introdução: As plantas produzem uma grande variedade de compostos naturais, dentre estes, os compostos fenólicos, que podem exercer efeitos benéficos para a saúde humana e atuar na prevenção de diversas doenças, tais como: câncer, doenças cardiovasculares e diabetes. Objetivo: Avaliar o potencial antimicrobiano dos extratos fenólicos das matérias-primas: jambolão (Syzygium cumini (L.), marcela (Achyrocline satureioides (Lam.)), pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi) e butiá (Butia odorata). Metodologia: Os extratos fenólicos rotaevaporados foram submetidos a análise antimicrobiana pelo método de difusão em ágar com os micro-organismos Escherichia coli (gram-negativa) e Staphylococcus aureus (gram-positiva) conforme Dourado (2012) com adaptações. Considerou-se ausência de halo de inibição < 8 mm; de 8 a 13 mm com poder de ação moderadamente ativos, já a partir de 14 mm são extratos muito ativos.  Resultados e Discussão: Os extratos fenólicos de jambolão, butiá, e pimenta rosa foram adicionados na concentração de 100 mg/mL, já o extrato fenólico da marcela, foi de 40mg/mL. A marcela foi o único extrato fenólico a apresentar atividade antimicrobiana frente ao Staphylococcus aureus, com halo de 13 mm, sendo considerado um extrato muito ativo. Os demais extratos não apresentaram atividade antimicrobiana para o mesmo. Em relação ao micro-organismo Escherichia coli, nenhum dos extratos apresentou tal atividade. Devido aos extratos de jambolão, butiá e pimenta rosa não terem apresentado atividade antimicrobiana, concentrou-se em 3,33 vezes cada extrato fenólico e realizou-se novamente a análise para os dois micro-organismos.  Os extratos fenólicos do jambolão e do butiá apresentaram 11,7 e 12,5 mm de halo de inibição, respectivamente, para Staphylococcus aureus, sendo considerados extratos moderadamente ativos. Já o extrato fenólico da pimenta rosa não apresentou atividade antimicrobiana ao S. aureus e novamente nenhum dos extratos fenólicos apresentaram atividade antimicrobiana frente a Escherichia coli. As diferenças da atividade antimicrobiana dos vegetais estudados podem ser atribuídas à composição química dos mesmos e isto justifica-se sob vários aspectos edafo-climáticos (época de colheita, horário, localidade, entre outros fatores) que alteram a produção dos compostos ativos nas plantas. Já a resistência dos extratos a Escherichia coli, pode estar associada as diferenças na estrutura celular desses grupos de bactérias, visto que a membrana externa da bactéria gram-negativa é altamente hidrofílica, agindo como uma barreira à permeabilidade. Enquanto que a membrana externa da bactéria gram-positiva, apresenta caráter lipofílico que reduz a sua resistência à penetração de compostos com propriedades antibacterianas (ULTEE et al. 1999).  Acredita-se que o método de difusão em ágar tenha dificultado a permeabilidade do extrato da pimenta rosa no ágar, o que pode ter sido prejudicial uma vez que já é comprovado atividade antimicrobiana na literatura e mesmo com o aumento da concentração o extrato não apresentou atividade antimicrobiana. Conclusão: Os extratos fenólicos de marcela, jambolão e butiá apresentaram atividade antimicrobiana para Staphylococcus aureus, já para Escherichia coli não foi possível observar atividade nas concentrações estudadas.

Publicado
08-08-2018