ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE COLO UTERINO EM SANTA CATARINA

  • Maria Luiza Mukai Franciosi Universidade Federal Fronteira Sul
  • Millena Daher Medeiros Lima
  • Daciele Paola Preci
  • Anne Liss Weiler
  • Adriana Wagner
  • Andréia Machado Cardoso
Palavras-chave: Oncologia, Câncer de Colo Uterino, COVID-19

Resumo

Introdução: O câncer de colo uterino é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O papilomavírus humano (HPV) é o maior fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. A doença coronavírus 2019 (COVID-19) adiou muitos exames de rastreamento do câncer, deixando um grande número de pacientes sem acesso aos serviços de saúde recomendados. Objetivo: Realizar uma investigação epidemiológica comparativa dos dados diagnósticos do câncer de colo uterino em Santa Catarina entre 2016 a 2020. Essa análise pode ajudar a promover a percepção dos possíveis danos causados ​​pela pandemia. Método: Estudo epidemiológico, realizado sob análise do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2016 a 2020. Este estudo quantitativo, descritivo e temporal investiga as variáveis: ano do diagnóstico, idade ao diagnóstico e estadiamento do câncer cervical por faixa etária. Resultados: Em relação aos diagnósticos de câncer de colo uterino realizados entre 2016 a 2020, 37,84% das pacientes foram detectadas entre 35 a 49 anos. As faixas etárias menores de 24 anos e maiores de 80 anos representaram apenas 3,93% dos diagnósticos. Em relação ao número de diagnósticos analisados ​​ano a ano, de 2017 a 2019, houve um aumento médio de 35,77% no número de diagnósticos. Porém, em 2020, houve uma diminuição de 1,59% neste aspecto em comparação a 2019. Sobre a diferença no estadiamento aplicado no momento do diagnóstico em uma comparação entre 2019 e 2020, em 2020 houve uma redução de 41,31% de diagnósticos no estágio 1 de câncer de colo uterino, diminuição de 21,43% do estágio 2, aumento de 24,10% do estágio 3 e aumento de 12,93% do estágio 4. Conclusões: A maioria das pacientes recebe o diagnóstico em uma faixa etária cujo exame citopatológico, também conhecido como Papanicolau, é recomendado pelo Ministério da Saúde. Nessa análise, houve um aumento no número de pacientes diagnosticados entre 2017 e 2019. Mas, em 2020, o número de diagnósticos diminuiu possivelmente devido à pandemia de COVID-19. Na comparação do estadiamento dos diagnósticos entre 2019 e 2020, em 2020, foram feitos menos diagnósticos no câncer cervical precoce (estágios 1 e 2) e mais nos casos graves (estágios 3 e 4). Portanto, por meio dessa análise epidemiológica dos últimos anos, presume-se que a pandemia COVID-19 interferiu no diagnóstico dos casos de câncer do colo uterino em Santa Catarina.

Publicado
29-10-2021