RELATO DE EXPERIÊNCIA

VIVÊNCIAS DE EXTENSÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

Resumo

A importância da introdução do aluno de medicina em áreas além do ambiente hospitalar e unidades de saúde, denota uma visão mais ampla em desenvolver a promoção e proteção à saúde. Este trabalho teve por objetivo relatar a vivência de estudantes e professores em uma atividade de extensão realizada nas comunidades Quilombola de Mormaça, RS e Arvinha RS. A metodologia abordada utilizou uma intervenção pontual, baseada na metodologia da problematização, onde foram utilizadas dinâmicas para uma maior adesão. Foram realizadas cinco oficinas: (1) uma roda de conversa sobre as manifestações do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e hipertensão arterial sistêmica (HAS); (2) os participantes praticaram atividades físicas; (3) nutrição saudável; (4) verificação do Índice de Massa Corporal (IMC), teste glicêmico e da pressão arterial; (5)  entrevistas com a finalidade de coletar dados para traçar o perfil epidemiológico. Foram entrevistados um total de 34 participantes, sendo 18 pertencentes a comunidade de Mormaça/RS e 16 pertencentes a comunidade de Arvinha/RS. Constou-se que o perfil dos entrevistados era composto majoritariamente por mulheres (79,4%), entre 30-59 anos (55,9%), com IMC médio de 32,5kg/m². Do total 51,5% eram hipertensos e/ou utilizavam fármacos anti-hipertensivos para controle da HAS e 23,5% eram diabéticos e/ou usavam medicação antidiabética. Conclui-se que as condições ambientais e sanitárias da população Quilombola ainda são precárias. Este estudo mostra a vulnerabilidade da população quilombola no Brasil e destaca a necessidade da realização de estudos voltados para caracterizar os aspectos de saúde dessa população.