LEIA MULHERES REALEZA: A LEITURA LITERÁRIA COMO PRÁTICA CRÍTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE
Palavras-chave:
Leia Mulheres Realeza;, Leitura Literária, formação docenteResumo
O presente trabalho investiga a mediação literária e a prática de leitura crítica em clubes de leitura, com um foco específico no clube Leia Mulheres Realeza. O objetivo central é compreender como esses espaços, voltados para a valorização de vozes femininas e periféricas, podem contribuir para a formação de uma identidade leitora crítica entre futuros docentes. A pesquisa se delimita às obras discutidas entre o início de 2025 e abril de 2025, destacando Insubmissas Lágrimas de Mulheres de Conceição Evaristo, A Vegetariana de Han Kang e A Solitária de Eliane Alves Cruz. A pergunta de pesquisa orientadora do estudo é: de que maneira a participação em clubes de leitura, especificamente o Leia Mulheres Realeza, promove uma reflexão crítica sobre a literatura, o currículo escolar e as questões sociais no contexto da formação docente, considerando as vozes femininas e periféricas? A justificativa para a escolha deste tema reside na necessidade de dar visibilidade às literaturas marginalizadas, especialmente aquelas que abordam as experiências de mulheres negras e periféricas. Além disso, o estudo propõe uma reflexão sobre como os clubes de leitura podem funcionar como espaços alternativos de formação docente, ao estimular a leitura e a discussão de obras que questionam o cânone literário tradicional, promovendo uma educação literária mais crítica e inclusiva. O estudo se fundamenta na perspectiva de que esses espaços de leitura podem funcionar como dispositivos de resistência cultural e de formação de professores críticos, engajados com as questões sociais e políticas contemporâneas. Os resultados alcançados indicam que os encontros do clube Leia Mulheres Realeza têm sido efetivos na criação de um ambiente propício à reflexão crítica sobre as questões de gênero, raça e classe. A discussão das obras de autoras mulheres e das vozes periféricas tem levado os participantes a repensar a forma como leem a literatura e como essas leituras podem ser incorporadas ao currículo escolar. Esse processo tem contribuído para a formação de uma identidade leitora mais sensível às narrativas marginalizadas e pode, portanto, transformar as práticas pedagógicas dos futuros docentes.