FORMAÇÃO HUMANA NO ENSINO MÉDIO: A “LIBERDADE” EM PAUTA

Autores

  • Camila Stasiak UFFS CHAPECÓ
  • Aline Cassol Daga Cavalheiro

Palavras-chave:

Educação, Neoliberalismo, Ensino Médio

Resumo

Este estudo relaciona-se à temática das constantes reformas curriculares que perpassam a história da educação no Brasil. Nosso foco, diante desse tema, recai sobre o Ensino Médio e a Lei 13.415/2017, que alterou e flexibilizou a estrutura curricular dessa etapa da educação. Nosso objetivo é o de analisar, com base na referida Lei, o projeto de formação humana que perpassa o currículo, problematizando a ideia de protagonismo presente nos documentos, a qual foi tomada como central nos discursos que se dissiparam sobre o Ensino Médio nos últimos anos. Para levar a cabo essa reflexão, contrapomos os ideais protagonistas à categoria de liberdade advinda do materialismo histórico-dialético e defendida pela Pedagogia Histórico-Crítica.

A principal motivação para a realização deste estudo é proveniente das constantes reformas educacionais, as quais estão alicerçadas, em nossa compreensão, em um projeto de formação humana que não proporciona uma educação omnilateral. Justificamos a importância da temática na medida em que ele contribui para refletirmos acerca do currículo que é imposto ao Ensino Médio, o qual minimiza a importância da sistematização do saber e, sob influência da política neoliberal no ensino, acaba por proclamar uma falsa liberdade ao aluno.

Este trabalho deriva de uma pesquisa de caráter teórico e bibliográfico. Nos baseamos nos pressupostos metodológicos do materialismo histórico-dialético, que fundamentam nossa concepção de mundo e de sujeito.

O Ensino Médio, ao promover a ideia de autonomia dos alunos através de suas decisões, parece ignorar esse processo de compreensão da dinâmica objetiva da realidade. Essa perspectiva, ao perpetuar a ideologia da liberdade individual como se fosse uma liberdade de fato, ignora a complexidade dos pensamentos e fatores sociais que estabelecem a independência autêntica dos indivíduos. Portanto, ao invés de fomentar um processo de emancipação autêntico, acaba por não garantir que os estudantes possam tomar decisões conscientes sobre o seu próprio desenvolvimento.

 

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Publicado

30-05-2025

Edição

Seção

Currículo e Políticas Educacionais