O Meme no Cronotopo Pandêmico:

um olhar sob a perspectiva dialógica da linguagem e dos multiletramentos.

  • Pamela Tais Clein Capelin Universidade Estadual de Maringá – UEM
  • Jocieli de Oliveira Pardinho Universidade Estadual de Maringá – UEM
  • Márcia Adriana Dias Kraemer Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Estudos Dialógicos da Linguagem, Leitura e Análise Linguística, Gênero Meme, Contexto Pandêmico

Resumo

Neste estudo, realizam-se reflexões acerca dos multiletramentos necessários à compreensão e ao (re)conhecimento do gênero discursivo digital meme em interlocução específica, utilizando, como corpus de análise, um texto-enunciado produzido pela Prefeitura Municipal de Cascavel, PR, publicizado no Instagram @Cascavel_prefa, no dia 23 de agosto de 2021, no início da vacinação brasileira no cronotopo pandêmico.  A pergunta de pesquisa questiona quais multiletramentos são exigidos para a compreensão ativa e responsiva do gênero meme, tomando como exemplo o cronotopo pandêmico. Como hipótese, presume-se que o meme caracteriza-se como um gênero discursivo em que as influências extralinguísticas, relativas aos elementos constitutivos, exigem aos interlocutores estabelecerem relações entre o texto-enunciado e seu horizonte cronotópico, temático e axiológico de produção para a compreensão ativa e responsiva. Logo, demandam aos sujeitos conhecimentos em âmbito multimodal e multissemiótico para analisá-lo e (re)conhecê-lo como discurso passível de apropriação, reprodução e compartilhamento. Objetiva-se, com efeito, analisar os pressupostos teóricos na perspectiva dialógica da linguagem e dos multiletramentos, a fim de entender em que medida o gênero discursivo meme possibilita o desenvolvimento dos multiletramentos a partir da compreensão ativa e responsiva de textos-enunciados em contexto situado no cronotopo pandêmico. Justifica-se o estudo, uma vez que, na perspectiva de letrar para as práticas sociais, o meme circula em veículos diariamente acessados pelos sujeitos. Dessa forma, o sujeito social torna-se mais proficiente se (re)conhecer a natureza constitutiva e orgânica dos gêneros que circulam em seu entorno, compreendendo-o ativa e responsivamente. Logo, letrar para as práticas sociais compreende reconhecer que os gêneros, como o meme, são socializados em suportes digitais e, diariamente, lidos pelos sujeitos que têm acesso à internet, a partir de aparatos tecnológicos como smartphones, tablets e computadores. É primordial entender que, na era das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), os sujeitos comunicam-se, cotidianamente, a partir de gêneros como o meme, composto por linguagem “[...] multimodal, paródica humorística e crítica [é uma forma] de dialogar de disseminar pontos de vistas.” (Silva, 2018, p.15). A facilidade na circulação torna o meme uma linguagem acessível, que além de entretenimento, é capaz de propagar informações diversas, endereçadas de um produtor em vista de um interlocutor real, para uma dada finalidade comunicativa.

Publicado
04-03-2024