ANZALDÚA E EVARISTO:

UM ESTUDO A PARTIR DAS ÁGUAS ANCESTRAIS

  • Joao Paulo Tinoco UFMS
Palavras-chave: ANZALDÚA E EVARISTO, ESTUDOS DESCOLONIAIS, AGUAS ANCESTRAIS, EL CENOTE

Resumo

Este trabalho tem como objetivo geral rastrear, nos processos subjetivos do sujeito Mulher negra, relações de poder e o deslocamento de produção da subjetividade mestiza com relação à escrit(ur)a a partir do audiopoema Águas de Kalunga escrito por Conceição Evaristo publicado em 2019 no formato de podcast pelo Museu de Arte do Rio (MAR). Sob a visada da Análise do Discurso (AD) transdisciplinar e sob a pluma dos estudos descoloniais, busco na materialidade linguística os possíveis efeitos de sentido de empatia a partir da noção de nos/otras formulada por Gloria Anzaldúa. Meu estudo está fundamentado nas relações de saber/poder discutidas por Foucault (2014) sob a pluma da Análise do Discurso transdisciplinar (CORACINI, 2007; GUERRA, 2013). Busco também conhecimentos a respeito da opção descolonial fomentada por Gloria Anzaldúa (2012), Lea Colchado (2020) e Walter Mignolo (2003).  O meu desejo é trazer o olhar e saberes da mulher mestiza a fim de desestabilizar saberes hegemônicos que tentam desvalorizar os saberes dos sujeitos marginalizados. Minha hipótese de pesquisa é de que o poema tem de ser examinado como El Cenote (ANZALDÚA, 2009, 2012), isto é, o poema torna-se uma piscina inundada de memórias e experiências, ou seja, saberes ancestrais. Problematizar, pois, essa temática se faz necessário, visto que a sociedade hodierna discute uma mudança social no que tange às minorias, aos excluídos e, muitas vezes, desconhecemos a história sob o ponto de vista (a partir de) dos sujeitos fronterizos, como os nossos indígenas, os sem-terra, sem-letra, negras, gays, lésbicas, queer, as travestis, transexuais, os bissexuais, ribeirinhos, imigrantes, os apenados etc.

Publicado
09-02-2024