EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA NA GEOGRAFIA ESCOLAR:
RELATOS DE UMA OFICINA EXPERIMENTAL
Resumo
A oficina que relatamos aqui é resultado de uma das atividades de avaliação realizada na Componente Curricular Projeto Integrador III – PID III, pensada e produzida junto com as bolsistas do Residência Pedagógica. Foi realizada na escola estadual Haidée Tedesco Reali, localizada nas proximidades da principal avenida do centro da cidade de Erechim/RS (Figura 1). O objetivo da oficina foi experimentar uma estratégia educativa capaz de colocar em diálogo as questões étnico-raciais no Brasil em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental. O conceito de negritude, a apresentação de aspectos que envolvem o entendimento das desigualdades étnico-raciais no Brasil foram em um primeiro momento colocadas em diálogo para que pudessem ser mobilizadas através da proposta de participação dos estudantes no jogo chamado – “24 por 7: desembolando o racismo cotidiano”. A relevância da oficina não se dá apenas pela abordagem da temática que contempla questões étnico-raciais como também evidência a importância de atividades que envolvam estudantes dos cursos de licenciaturas não só nos momentos específicos de realização dos estágios. O racismo é um problema social que está presente em diversos espaços, sejam eles em instituições públicas ou privadas, onde provoca a exclusão social, a desigualdade racial, o sentimento de culpa, o sentimento de inferioridade, e a depressão. É essencial debater essa problemática na escola uma vez que são consequências das heranças passadas, de um país construído a base de um período escravocrata, sendo inclusive, o último a libertar os escravizados, e quando assim o fez, não possibilita o acesso à terra como fez com os outros povos oriundos do continente europeu. Nesse sentido, cada vez mais é preciso que se fortaleça nas escolas, uma educação antirracista, esse passo é fundamental para o processo de reparação histórica, sabendo com isso que a educação é um dos caminhos para lutar contra o racismo. A sociedade civil na figura das famílias precisa assumir seu papel, buscando orientar as crianças e jovens para o respeito à diversidade étnico racial existente em nosso país. Nenhuma criança nasce racista, o racismo em nosso país é estrutural. Na escola, os professores têm um desafio de mediar a construção de conhecimentos que possibilitem que os estudantes sigam o caminho da diversidade sociocultural, através da história e da cultura afrobrasileira, possibilitando um conhecimento antirracista, informando sobre as leis já existentes para o combate ao racismo, ressaltando inclusive, que se trata de crime, mas sobretudo auxiliando para que haja o entendimento de que todas as diversidades que existem em nosso país devem ser respeitadas.