EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA NA GEOGRAFIA ESCOLAR:

RELATOS DE UMA OFICINA EXPERIMENTAL

  • Érico Jonatan Oliveira de Lima Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim
  • Vanessa Santos do Nascimento Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim
  • Camila Vitoria de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim
  • Raphaela de Toledo Desiderio Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim
Palavras-chave: Negritude, Racismo, Educação antirracista

Resumo

A oficina que relatamos aqui é resultado de uma das atividades de avaliação realizada na Componente Curricular Projeto Integrador III – PID III, pensada e produzida junto com as bolsistas do Residência Pedagógica. Foi realizada na escola estadual Haidée Tedesco Reali, localizada nas proximidades da principal avenida do centro da cidade de Erechim/RS (Figura 1). O objetivo da oficina foi experimentar uma estratégia educativa capaz de colocar em diálogo as questões étnico-raciais no Brasil em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental. O conceito de negritude, a apresentação de aspectos que envolvem o entendimento das desigualdades étnico-raciais no Brasil foram em um primeiro momento colocadas em diálogo para que pudessem ser mobilizadas através da proposta de participação dos estudantes no jogo chamado – “24 por 7: desembolando o racismo cotidiano”. A relevância da oficina não se dá apenas pela abordagem da temática que contempla questões étnico-raciais como também evidência a importância de atividades que envolvam estudantes dos cursos de licenciaturas não só nos momentos específicos de realização dos estágios. O racismo é um problema social que está presente em diversos espaços, sejam eles em instituições públicas ou privadas, onde provoca a exclusão social, a desigualdade racial, o sentimento de culpa, o sentimento de inferioridade, e a depressão. É essencial debater essa problemática na escola uma vez que são consequências das heranças passadas, de um país construído a base de um período escravocrata, sendo inclusive, o último a libertar os escravizados, e quando assim o fez, não possibilita o acesso à terra como fez com os outros povos oriundos do continente europeu. Nesse sentido, cada vez mais é preciso que se fortaleça nas escolas, uma educação antirracista, esse passo é fundamental para o processo de reparação histórica, sabendo com isso que a educação é um dos caminhos para lutar contra o racismo. A sociedade civil na figura das famílias precisa assumir seu papel, buscando orientar as crianças e jovens para o respeito à diversidade étnico racial existente em nosso país. Nenhuma criança nasce racista, o racismo em nosso país é estrutural. Na escola, os professores têm um desafio de mediar a construção de conhecimentos que possibilitem que os estudantes sigam o caminho da diversidade sociocultural, através da história e da cultura afrobrasileira, possibilitando um conhecimento antirracista, informando sobre as leis já existentes para o combate ao racismo, ressaltando inclusive, que se trata de crime, mas sobretudo auxiliando para que haja o entendimento de que todas as diversidades que existem em nosso país devem ser respeitadas.

Biografia do Autor

Érico Jonatan Oliveira de Lima, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim

Possui Ensino Médio pela Escola Estadual do Ensino Fundamental e Médio Luiz Gonzaga Burity(2011), Ingá-PB. Atualmente, cursa Geografia Licenciatura na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim-RS. É Bolsista do projeto de pesquisa "Ofertas Imobiliárias, Planejamento urbano e desigualdades socioespaciais em Passo Fundo/RS (FAPERGS - PES 2022-0295). Foi Bolsista do projeto de extensão "A Cidade de Erechim no Século XXI: Adensamento, Expansão, Dinâmica Imobiliária e Temas Emergentes (2° edição)". É Voluntário no projeto de pesquisa "Dinâmicas imobiliárias intraurbanas e seus reflexos na rede urbana: estudos comparados em cidades polo regional do norte gaúcho" 2021-2022, e está vinculado ao grupo de pesquisa "Núcleo de Estudos Território, Ambiente e Paisagem" (NETAP) pela UFFS.

Vanessa Santos do Nascimento, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim

Graduada no curso de Bacharelado em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA, campus Belém/PA, 2017. Especialista em Geografia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Pará, campus Ananindeua/PA, 2019. Atualmente cursa Geografia - Licenciatura - na Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, RS. É bolsista do Programa de Residência Pedagógica, na área de Licenciatura em Geografia, atuando no Colégio Estadual Haidée Tedesco Reali, Erechim/RS. Esta como estagiária no Escritório Municipal da Emater - ASCAR, Erechim/RS. Atuou como auxiliar de professora, na Escola Municipal Caras Pintadas, Erechim/RS. Foi Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Atuou como bolsista de Iniciação Científica Embrapa/FAPESPA, trabalhando no projeto Integração-Lavoura Pecuária-Floresta (2011-2012). Participou ativamente do Grupo Agroecológico IARA da UFRA durante os anos de 2010 à 2013 depois só como colaboradora. Foi bolsista de extensão no programa UFRA na Reforma Agrária: Extensão Universitária para a Formação Humanística e Cidadã (2013). Estagiou por seis meses na Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará. Estagiou no Ministério da Agricultura e Pecuária-MAPA-SISV, fez parte do Grupo de Estudo, Pesquisa e Comunicação - Natureza, Desenvolvimento e Sustentabilidade na Amazônia- UFPA-ICSA. Atuou em atividades nas comunidades periféricas de Belém através da rádio comunitária Aqualtune FM, trabalhando também como monitora através do Programa Mais Educação do Ministério da Educação na escola Maria Stelina Vamont. Já foi convidada a participar como Ministrante de uma roda de conversa com o tema : "Os Desafios das Mulheres Nas Ciências Agrárias" Realizado pelo PET - Agronomia/SESU - MEC/UFRA.Atuando principalmente nos seguintes temas: Cultura; Território; Sustentabilidade; Meio Ambiente; Educação Ambiental; ERER; Agroecologia e Economia Solidária.

Camila Vitoria de Oliveira, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim

Possui Ensino Médio na Escola Estadual de Ensino Médio Ponche Verde (2019). Atualmente, cursa Geografia Licenciatura pela Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim-RS. É Bolsista do Programa Residência Pedagógica do subprojeto de Geografia Licenciatura. 

Raphaela de Toledo Desiderio, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim

Possui graduação em Geografia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2006), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal da Fronteira Sul. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de geografia, ambiental, educação e meio ambiente, livro didático e extensão universitária.

Publicado
08-02-2024