A expansão da dengue no Sul e as mudanças climáticas: a relação observada a partir do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC
Palavras-chave:
IPCC, Mudanças Climáticas, Dengue, Aedes aegypti, saúde públicaResumo
Introdução: As mudanças climáticas têm mostrado efeitos preocupantes na
saúde pública, e um dos importantes reflexos é o aumento da transmissão de
doenças tropicais, como a dengue, em regiões onde antes ela era menos
comum. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), fatores como o aquecimento global e as mudanças nos padrões de
chuva criam um ambiente cada vez mais favorável para a proliferação de
mosquitos vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti. Com o avanço
dessas alterações climáticas, o Sul do Brasil, tradicionalmente conhecido
por seu clima subtropical, vem registrando uma crescente nos casos da
doença, ampliando os desafios para a saúde pública. Objetivo: Investigar
como as mudanças climáticas, especialmente o aumento das temperaturas e
precipitação, estão relacionadas à proliferação da dengue no Sul do Brasil,
com base em dados e análises do IPCC. Metodologia: Este estudo se baseou na
análise de documentos dos relatórios de avaliação do IPCC (ARs), junto aos
registros epidemiológicos e climáticos da região Sul do Brasil, entre 2015
e 2024. A abordagem incluiu o cruzamento de informações sobre temperaturas,
precipitações com o aumento da incidência de dengue na região, buscando
destacar os impactos do clima na propagação do Ae. Aegypti. Resultados e
Discussão: Fenômenos climáticos, como a precipitação e temperatura podem
causar aumento na densidade populacional do mosquito, intensificando os
riscos de epidemias. Médias mensais de chuvas entre 121,02 mm e 231,86 mm e
temperaturas de 23,3℃ criam condições ideais para o desenvolvimento de
larvas, aceleram o ciclo de vida do Ae. aegypti, torna-os mais ativos e amplia
sua área de atuação. No contexto do Sul do Brasil, o crescimento urbano e
as alterações climáticas têm contribuído significativamente para o aumento
dos casos de dengue, que alcançaram uma taxa de 3.949 casos por 100 mil
habitantes em 2024, com maior prevalência no estado do Paraná, seguido por
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Projeções climáticas do IPCC indicam
que, em cenários futuros de altas emissões de gases do efeito estufa e
crescimento insustentável, causará aumento de temperatura média global e
mudanças na distribuição de chuvas, levando a disseminação doenças, o que
afeta, principalmente, regiões mais vulneráveis com baixa infraestrutura e
pouca adaptabilidade. Considerações finais: As mudanças climáticas já estão
transformando os padrões de saúde pública e a dengue é um exemplo desses impactos. A ampliação dos casos na região Sul do Brasil reflete as
consequências das temperaturas elevadas e dos padrões climáticos alterados.
Medidas integradas de vigilância e controle, combinadas com ações de
adaptação climática, são fundamentais para proteger a população e mitigar
os efeitos dessa doença em um cenário de aquecimento global.