Distribuição geográfica dos acidentes com animais peçonhentos na região Sul do Brasil de 2007 a 2023

Autores

  • Alana Ames Unochapecó
  • Brenda Dalla Costa Rossato Unochapecó
  • Eduardo Marschal Schabarum Unochapecó
  • Adriano Franceschi Unochapecó
  • Marcelo Monteiro Unochapecó
  • Maria Assunta Busato Unochapecó
  • Junir Antonio Lutinski Unochapecó

Palavras-chave:

epidemiologia , fatores de risco, aranhas

Resumo

Introdução: Os animais peçonhentos possuem estruturas que os permitem inocular a sua toxina na presa ou na vítima. No Brasil, acidentes com animais peçonhentos configuram a segunda maior causa de envenenamentos, atrás apenas das intoxicações por medicamentos. Entre os principais agentes responsáveis por acidentes de animais peçonhentos estão as serpentes, escorpiões e aranhas. Objetivo: Analisar a distribuição geográfica e a ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos na região Sul do Brasil no período de 2007 a 2023. Metodologia: Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O estudo contemplou os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, situados na região Sul do Brasil. As variáveis analisadas incluíram o número de notificações registradas e os tipos de acidentes ocorridos no período de 2007 a 2023. Foram realizadas análises descritivas e calculadas as taxas de incidência a fim de caracterizar a sazonalidade e a distribuição dos casos reportados. Resultados e Discussão: No total, foram registrados 499.105 casos na região Sul do Brasil no período avaliado. Desses, o Paraná apresentou o maior número de notificações ao registrar 52,5% dos casos, seguido por Santa Catarina, com 28,3% e pelo Rio Grande do Sul, com 19,1%. A incidência dos acidentes indicou que o Paraná apresentou o maior número absoluto dos casos e a maior incidência em quase todos os anos, atingindo 189,43 a cada cem mil habitantes em 2023. Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram incidências menores, sendo que o estado catarinense oscilou entre 86,46 em 2021, e 145,86 em 2011, com tendência de queda na incidência no decorrer do período. O Rio Grande do Sul apresentou um aumento gradual, destacando-se no ano de 2023 com incidência de 76.42 casos a cada cem mil habitantes. No estado do Paraná, observou-se maior prevalência de acidentes causados por aranhas (155.348), seguidos por acidentes envolvendo escorpiões (38.890). Em Santa Catarina, os incidentes envolvem predominantemente aranhas (92.083) e abelhas (13.207). No Rio Grande do Sul, houve um elevado número de ocorrências relacionadas a aranhas (49.612) e serpentes (14.838). Os acidentes seguem um padrão sazonal caracterizado por picos durante o verão e diminuição acentuada no inverno. Considerações finais: O estudo sobre a distribuição geográfica dos acidentes com animais peçonhentos na região Sul do Brasil evidenciou um elevado número de notificações para a região, com destaque para o Paraná, que concentra grande parte das notificações, com acidentes causados especialmente por aracnídeos. Observamos que o ano de 2023 teve o maior número de notificações, cujos casos apresentaram padrão sazonal, com picos acentuados no verão. Apesar das limitações de algumas inconsistências numéricas no SINAN, esta análise permitiu identificar padrões geográficos e sazonais relevantes, evidenciando a importância da qualificação da vigilância epidemiológica além de reforçar a necessidade da implementação de melhorias no sistema de notificações e no uso de dados como ferramenta para subsidiar ações preventivas e de saúde pública.

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Publicado

20-07-2025

Edição

Seção

ET 3 - Território, Ambiente e Saúde