CUIDADO COM A JAGUATIRICA!: UMA PROPOSTA LÚDICA PARA SE TRABALHAR COM AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS

  • Franciele Cremer Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus cerro largo
  • Jonas Both de Melo Colégio Marista Santo Ângelo
Palavras-chave: Ensino de Biologia, Ensino de Ecologia, Recursos didáticos

Resumo

O estudo das relações ecológicas, na educação básica, é importante para que os estudantes percebam como se sucedem as diversas interações entre os seres vivos. Compreendendo a importância do estudo, buscamos realizar uma dinâmica titulada como “Cuidado com a Jaguatirica!”, na qual consiste na representação ficcional de três populações e sua oscilação enquanto comunidade. A dinâmica foi realizada com os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Pedro II, situado no município de Santo Ângelo/RS. O intuito da realização da dinâmica consistia na compreensão das relações ecológicas, especificadamente da conceituação de cadeia alimentar e dos níveis tróficos, englobando: produtores (capins), consumidores primários (preás) e consumidores secundários (jaguatiricas).  Primeiramente, nos dirigimos até o ginásio da escola e dividimos a turma em três grupos. O primeiro grupo representou o capim; o segundo grupo os preás e o terceiro grupo as jaguatiricas. Hipoteticamente, nós estávamos organizando os estudantes para demonstrar de forma lúdica a ocorrência da dinâmica de populações no meio ambiente, no intuito de representar um aumento ou uma diminuição na densidade populacional dos organismos, capins, preás e jaguatiricas, bem como refletir sobre os possíveis resultados obtidos.  Apresentamos aos estudantes as regras da dinâmica, sendo da seguinte forma: os preás ao “comerem” o capim, voltariam novamente na próxima etapa da atividade como preás e os capins “comidos”, também retornariam como preás. Já, os preás que eram “comidos” pelas jaguatiricas voltariam na próxima etapa como jaguatiricas. Logo, os preás ou as jaguatiricas que não conseguiriam se alimentar, pela oscilação populacional dos capins e preás, voltariam ao jogo como capins, pois hipoteticamente se transformariam em nutrientes ao solo porque morreriam por não obter alimento. Após a dinâmica, solicitamos aos estudantes que refletissem sobre a atividade e relacionassem os resultados obtidos com os conteúdos aprendidos em aula. Percebemos que alguns estudantes se mostraram apáticos à atividade. Dessa forma, compreendemos que o desinteresse pode estar relacionado com a proposta da dinâmica, por se tratar de uma atividade lúdica, bem como a faixa etária dos mesmos. Já, para uma minoria de estudantes a dinâmica consistia em apenas uma brincadeira, sendo que estes buscavam apenas “ganhar e não perder” no intuito de prevalecer sobre os demais grupos e isso acarretou na dificuldade de relacionar a dinâmica com os conceitos aprendidos durante as aulas anteriores. Logo, os professores de biologia precisam ficar atentos no desenvolvimento das dinâmicas, no intuito de observar o comportamento dos estudantes e orientá-los sempre que se achar necessário. Isso evitará que o estudante veja a dinâmica apenas como uma brincadeira, mas como uma possibilidade de construir e ressignificar novos conhecimentos. Em uma parcela maior de estudantes, foi possível verificar que a dinâmica propiciou a compreensão das oscilações populacionais, atingindo o objetivo da atividade de correlacionar com a conceituação de cadeia alimentar e com a ocupação específica de cada organismo em um determinado nível trófico. Assim, consideramos a dinâmica como uma possibilidade formativa, pois ela favorece a análise e a reflexão crítica, possibilitando a compreensão conceitual das densidades populacionais.

Publicado
24-10-2023