DESCONSTRUINDO ESTEREÓTIPOS EM UMA OFICINA SOBRE GÊNERO NO 7° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Mariele Lunardi Schmechel Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Cerro Largo
  • Flávio Henrique Silva Ferreira
  • Neusete Machado Rigo
Palavras-chave: Formação inicial de professores, Extensão universitária, Ensino de Ciências

Resumo

Neste relato compartilhamos vivências decorrentes de uma oficina pedagógica realizada por estudantes do 5º semestre do curso de Ciências Biológicas Licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em uma escola municipal na região das Missões. Esta oficina teve como propósito articular a extensão ao ensino inserindo-se na proposta do Componente Curricular (CCR) Temas Contemporâneos e Educação, que integra o Domínio Conexo das licenciaturas. A proposta desta oficina foi abordar de forma crítica e inclusiva o tema gênero e a desconstrução dos estereótipos direcionados a meninos e meninas. Neste contexto, foram planejadas nas aulas do CCR três atividades práticas para desenvolver uma oficina pedagógica em uma turma do 7º ano, de uma escola pública, composta por 24 alunos/as. A primeira atividade tinha como objetivo despertar a reflexão sobre os estereótipos de gênero associados a objetos que são utilizados por meninos e meninas. Ao dispor diversos itens sobre a mesa, classificados tradicionalmente como “de meninos” e “de meninas” foi solicitado que cada um/a pegasse um objeto que fosse de seu interesse, oportunizando uma escolha pessoal. Posteriormente, cada um/a foi convidado/a a explicar o motivo de sua escolha, o que tornou possível identificar os padrões sociais que influenciaram suas decisões, revelando percepções e crenças sólidas na sociedade em relação às desigualdades entre homens e mulheres. A segunda atividade da oficina consistiu na exibição de um vídeo sobre os estereótipos de gênero exemplificados por personagens - Maria e João. Tal abordagem permitiu uma visão mais abrangente sobre a construção de papéis de gênero desde a infância, demonstrando de forma clara e objetiva como essas ideias podem ser prejudiciais e limitantes para o desenvolvimento individual de meninos e meninas. Ao término do vídeo, lançou-se a questão “O que podemos fazer pela igualdade de gênero?” seguida por uma atividade em duplas, na qual cartinhas com dicas para promover a igualdade de gênero foram distribuídas para serem discutidas. A terceira atividade da oficina teve como objetivo sistematizar as aprendizagens abordadas em sala de aula, por meio da criação de um cartaz contendo frases ou desenhos elaborados pelos/as alunos/as, em resposta à pergunta “Igualdade entre meninos e meninas é?” Ao criar um cartaz coletivo com as lições extraídas, observamos que a oficina promoveu o senso de pertencimento e o reconhecimento de que todos/as são importantes na luta contra os estereótipos de gênero. Ao longo do desenvolvimento das atividades, pôde-se observar com clareza o envolvimento e o interesse genuíno dos/as alunos/as. Surpreendentemente, eles/elas já possuíam um conhecimento significativo sobre o assunto, evidenciando a conscientização existente em relação à quebra de estereótipos de gênero. A experiência demonstrou, portanto, que essa oficina representa um passo significativo na direção de uma educação mais democrática e inclusiva, preparando os estudantes para serem agentes de mudança em suas comunidades. A promoção da igualdade de gênero e a desconstrução dos estereótipos não são apenas objetivos dignos, mas imperativos para a criação de uma sociedade menos machista, sem preconceitos e discriminações para ser mais inclusiva e respeitosa aos direitos das pessoas.

 

Publicado
24-10-2023