CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MICROBIOLÓGICA DOS CASOS DE SEPSE NOTIFICADOS NO PRONTO SOCORRO DO HOSPITAL REGIONAL DO OESTE - CHAPECÓ (SC)

  • Amauri de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Venir Guilherme Baldissera
  • Lucas Rosa Nagalski
  • Kassia Kramer
  • Fabio Rosalvo Urnau
  • Gabriela Golçalves de Oliveira
Palavras-chave: Complicações, Epidemiologia, Prevenção & Controle, Microbiologia

Resumo

Introdução: A sepse é uma das principais complicações de infecções, sobretudo em pacientes hospitalares e com outras comorbidades, gerando ônus ao paciente e ao sistema de saúde. Nesse sentido, as novas diretrizes da campanha Surviving Sepsis recomendam um protocolo de atendimento com o objetivo de oferecer uma assistência à saúde mais qualificada. Desta forma, a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira do Hospital Regional do Oeste (HRO) adotou um protocolo próprio de sepse e choque séptico, o qual está em implantação e conta com a revisão constante das comissões de segurança do paciente e do SCIRAS. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemio-microbiológico associado a casos de sepse e choque séptico de pacientes atendidos a partir do pronto socorro do HRO. Método: Foram avaliados 53 prontuários do período de março de 2017 à fevereiro de 2018. O projeto foi aprovado pelo CAAE, sob número: 80758617.1.3001.0116 Nos prontuários online, foram coletadas, além das informações demográficas dos pacientes, a data de abertura do protocolo de sepse, os sinais e sintomas padronizados, o foco inicial, o resultado de culturas (acessadas na plataforma LabBrasil) e a conduta terapêutica. Resultados e Discussão: Dos 53 prontuários analisados se observou uma distribuição homogênea entre os gêneros. Entre os homens, 49% (n=26) apresentaram quadro de sepse e choque séptico e entre as mulheres (n=27), o percentual foi de 51%. Em relação aos principais focos primários identificados, se observaram diferenças: pneumonia/empiema (49%), infecção urinária (17%) e infecção abdominal aguda (11%). Os 23% restantes corresponderam a focos identificados na pele, sangue ou sem foco definido. Em mulheres os principais focos foram pneumonia/empiema (54%) e infecção urinária com 22% dos casos. Em homens o principal foco além da pneumonia/empiema que abrangeu 54% dos casos, foi a infecção abdominal aguda com 19% dos casos, (p<0,05). Quanto aos micro-organismos isolados, os principais patógenos encontrados, foram: Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Staphylococcus sp. representando 33% dos casos. Outros patógenos encontrados em número descrescente foram: Candida Albicans, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus haemolyticus, Pantoea dispersa, Staphylococcus epidermidis, Criptobacter freundii, Streptococcus faecalis, Stenotrophomonas maltophilia e Klebsiella sp. Conclusões: A identificação precoce dos quadros de sepse e choque séptico levam a um melhor manejo do paciente poupando inúmeras vidas deste importante problema de saúde. A implantação e execução correta do protocolo de sepse como preconizam órgãos internacionais e nacionais pode possibilitar o alcance desses objetivos.

 

Publicado
13-06-2018