Inibidores de bomba de prótons e o risco de câncer

Uma meta-análise

  • Leonardo Barbosa Leiria 49988290810
  • Miriam Vitória Rodrigues dos Santos
Palavras-chave: Inibidores de bombas de prótons; câncer; omeprazol; distúrbios gástricos.

Resumo

Introdução: Inibidores de Bomba de Prótons (IBPs) - esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol - têm sido um dos avanços mais importantes no campo da gastroenterologia. Os IBPs atuam bloqueando a ação de uma proteína integral de membrana que é responsável pela secreção do ácido clorídrico, sendo excelente terapêutica na erradicação da Helicobacter pylori e no tratamento de úlceras pépticas, da doença do refluxo gastroesofágico, do esôfago de Barrett e da síndrome de Zollinger-Ellison. Embora IBPs apresentem níveis satisfatórios de segurança e tolerância aos pacientes, alguns relatos sugerem que possa estar associado à hipergastrinemia e ao câncer gastrointestinal. Objetivos: Conduzir uma revisão sistemática com meta-análise para se verificar o potencial tumoral dos IBPs na literatura. Metodologia: Foram realizadas buscas ativas nos principais bancos de dados: MEDLINE, SCIELO, EMBASE, Web of Science e Clinical Trials, utilizando-se como termos de pesquisa: ‘‘proton pump inhibitor (s),’’ ‘‘omeprazole,’’ ‘‘lansoprazole,’’ combinados com ‘‘cancer(s),’’ ‘‘neoplasm(s),’’ “neoplasia”, “tumor” ou ‘‘malignancy (ies). A análise estatística foi realizada conforme os principais guias (MOOSE group e Cochrane) e os intervalos de confiança foram determinados utilizando-se o programa Review Manager 4.2. Resultados e Discussão: Os estudos incluíram “estudos clínicos controlados” e “estudos observacionais de coorte e caso-controle”. Inicialmente foram encontradas mais de 5 mil referências, onde os títulos e abstract contendo os termos de pesquisa foram selecionados e, por fim, foram analisados 18 artigos, sendo 5 incluídos no estudo, contendo IBPs vs não IBPs em câncer. Os demais artigos forma excluídos pela insuficiência de dados para se determinar odds ratio e/ou intervalos de confiança ou por não termos acesso ao artigo original completo. Todos os estudos em conjunto apresentaram mais de 10000 participantes, porém a associação entre a presença de IBPs e o desenvolvimento de câncer ou de proteção não foi estatisticamente significativo (IC: 0,9-1,3). Além disso, os estudos apresentaram elevada heterogeneidade (p<0,01). Conclusão: Os resultados do nosso estudo não suportam a hipótese de que o uso de IBPs apresentem maior risco no desenvolvimento de câncer. Porém, fazem-se necessários mais estudos clínicos e de coorte com maior tempo de segmento para que esse tema possa ser solucionado.

Palavras-chave: Inibidores de bombas de prótons; câncer; omeprazol; distúrbios gástricos.

 

Publicado
13-06-2018