AVALIAÇÃO DO MANEJO CLÍNICO DOS PACIENTES COM SUSPEITA DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA ATENDIDOS NO PRONTO-SOCORRO DO HOSPITAL REGIONAL DO OESTE (HRO)

  • Sérgio Patel Junior Unochapecó
Palavras-chave: Síndrome coronariana aguda, Protocolo, Emergência

Resumo

Introdução: O manuseio adequado e o diagnóstico realizado no menor tempo possível são essenciais para que os quadros de síndrome coronariana aguda (SCA) evoluam com melhor prognóstico para o paciente. O eletrocardiograma é o principal aliado para o diagnóstico rápido, sendo preconizada sua realização e interpretação em menos de 10 minutos a partir da chegada do paciente no pronto atendimento. Após o diagnóstico, o tratamento emergencial deve ser iniciado, sendo as primeiras 12 horas fundamentais do ponto de vista terapêutico. Para isso, há necessidade de manejo eficaz e sistematizado nos serviços de atendimento. Objetivos: Verificar se o tempo de realização de eletrocardiograma em indivíduos com suspeita de SCA é de no máximo 10 minutos. Documentar o tempo decorrido entre a admissão de pacientes portadores de SCA até o encaminhamento ao tratamento definitivo ao hospital referência em hemodinâmica da região. Ainda, descrever o uso de terapias de reperfusão no HRO. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo transversal, realizado com pacientes atendidos no HRO no período de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018. Foi utilizado um protocolo de SCA elaborado pelos autores, o qual apresenta locais para preenchimento de características clínicas do paciente e indica condutas terapêuticas a serem seguidas. Resultados e Discussão: Dos 54 pacientes atendidos, 70,4% eram do sexo masculino. A média de idade encontrada foi de 64 anos, entre a faixa etária de 30 a 89 anos. A média de tempo para realização e interpretação do eletrocardiograma de admissão foi de 48 minutos, sendo que o desvio padrão observado foi de 40 minutos, em um intervalo de 10 a 240 minutos, dos quais 14,81% dos procedimentos foram realizados dentro do limite estabelecido de 10 minutos. Considerando apenas casos de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST (IAMCSST) e infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de segmento ST (IAMSSST) estratificados em médio e alto risco, a média de tempo para realização do eletrocardiograma admissional foi de 31 minutos, os quais 33,3% dos exames foram realizados dentro do prazo de 10 minutos. Dos doze pacientes com IAMCSST, apenas um recebeu a terapia de revascularização clínica no hospital, sendo a Alteplase a droga escolhida. O tempo para a realização deste procedimento foi de 50 minutos. O tempo médio de transferência hospitalar dos pacientes recepcionados no pronto-socorro, excluído aquele em que a transferência ocorreu após terapia de revascularização no HRO, foi de 190 minutos, em um intervalo entre 60 a 420 minutos, sendo o desvio padrão de 106 minutos. Destes pacientes, 25% foram transferidos dentro do limite estabelecido de 120 minutos. Do total de pacientes transferidos, todos foram para o Hospital São Paulo, em Xanxerê – SC. Conclusão: Nota-se que o largo tempo de realização e interpretação do eletrocardiograma admissional ocorreu principalmente pela alta demanda. A realização da terapia de revascularização no HRO em apenas um dos casos demonstra sua baixa complexidade em serviços de cardiologia. Ademais, a transferência de pacientes para Xanxerê é dependente do SAMU, acarretando atrasos devido à falta de ambulâncias disponíveis.Palavras-chave: Síndrome coronariana aguda; Protocolo; Emergência.

Publicado
13-06-2018