DEMANDA DE ATENDIMENTOS EM UM PRONTO SOCORRO

uma análise documental

  • Mônica Ludwig Weber Universidade do Estado de Santa Catarina
  • Elise Machry
  • Jaqueline Rodrigues França
  • Tânia Gnoatto
  • Carise Fernanda Schneider
  • Adriane Karal
  • Carine Vendruscolo
  • Letícia de Lima Trindade

Resumen

Introdução: o cuidado em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) vem passando por processo de reformulação com a criação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) a partir de 2011, passando de modelo hierárquico de assistência para visão poliárquica, na qual todos os pontos de atenção se interligam formando uma Rede, e que tem como coordenadora do cuidado e ordenadora a Atenção Primária à Saúde (APS). Nesse sentido, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) compõem a estrutura física básica de atendimento aos usuários em nível primário, e são organizadas como porta de entrada preferencial, do sistema de saúde. Uma APS resolutiva precisa dar conta de solucionar 85% dos problemas de saúde de sua população, permitindo que os demais níveis (atenção secundária e terciária) preferencialmente sejam acessados em casos de maior complexidade. Apesar dos esforços, ainda se encontra superlotação em pronto-socorro, por queixas sensíveis à APS, elevando custos e dificultando o acesso e a assistência de qualidade. Objetivo: analisar os atendimentos de um Pronto Socorro de um hospital do Oeste de Santa Catarina (SC), a partir dos Boletins de Atendimento de Urgência (BAU). Metodologia: estudo descritivo, documental, a partir dos indicadores dos BAU, de um Pronto Socorro (PS) de um hospital do Oeste Catarinense, filantrópico, que dispõe de 67 leitos, sendo o PS composto por quatro leitos de observação, uma sala de emergência, um consultório médico, sala de exames, um posto de enfermagem e sala auxiliar, que se destinam ao atendimento de uma população de aproximadamente 18 mil habitantes. A coleta de dados foi realizada por meio de análise dos BAU referente ao ano de 2016. Resultados e Discussão: realizou-se o levantamento do quantitativo de atendimentos realizados no ano de 2016, sendo total de 7882 pacientes atendidos no PS, o que corresponde a 656 atendimentos/mês. Destes, 67,3% foram classificados como consultas clínicas e apenas 32,6% como urgência ou emergência. As principais queixas nos atendimentos classificados como consultas clínicas estão relacionadas a distúrbios do sistema gastrintestinal (gastroenterocolites agudas), seguidas de afecções do sistema respiratório (infecção de vias aéreas superiores, amigdalites bacterianas). Em relação às urgências, os atendimentos se concentram nos casos de hipertensão, hipertermia e traumas leves. Nas emergências, destacam-se os atendimentos às vítimas de acidentes de trânsito e doenças cardiovasculares. Verificou-se que faixa etária dos 16 aos 49 anos corresponde a maior parcela de atendimentos, seguidos de 0 a 15 anos, de 50 a 69 anos e por último os maiores de 70 anos. Conclusão: apesar da progressiva expansão da APS e a criação de estratégias como a Saúde da Família, a demanda pelos serviços de urgência e emergência vem se mantendo em níveis elevados. É necessário repensar novas formas de abordar e tratar o atendimento de urgência e emergência pelos gestores e profissionais de saúde, bem como melhor orientar os usuários, para ampliação do acesso e garantia de maior resolutividade dos serviços em consonância com seus papéis dentro da RAS e para o avanço do SUS.

Publicado
13-06-2018