ABORDAGEM CIRÚRGICA INTEGRADA NO TRATAMENTO DE TUMORES CEREBRAIS ASSOCIADOS À EPILEPSIA REFRATÁRIA

Autores

  • Ana Paula Gomes Rodrigues UFFS
  • André Crenak Caldeira Delforge
  • Mariana Feitosa Fonteles
  • Pedro Lucas Cardoso
  • Daniela Zanini

Palavras-chave:

Epilepsia refratária , Tumor, Neurocirurgia

Resumo

Introdução: A epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada por crises convulsivas recorrentes, que comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Estima-se que cerca de 30% dos casos sejam refratários ao tratamento com fármacos, especialmente quando associados a lesões estruturais, como a presença de tumores cerebrais. Nestes casos, a cirurgia torna-se uma alternativa terapêutica fundamental, não apenas com fins oncológicos, mas também visando o controle das crises epilépticas. Objetivos: Investigar os benefícios da abordagem cirúrgica integrada no tratamento de pacientes com tumores cerebrais associados à epilepsia refratária. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa baseada em publicações científicas disponíveis em acesso aberto na base de dados PubMed. Os descritores utilizados na busca foram “tumores cerebrais”, “epilepsia refratária” “cirurgia de epilepsia” e “epilepsia relacionada a tumor”.  Foram incluídos estudos publicados entre 2015 e 2024, que discutem intervenções cirúrgicas em epilepsia refratária associada a tumores cerebrais, com foco em abordagens integradas que aliam a neurocirurgia oncológica e a de epilepsia. Resultados e Discussão: A integração da neurocirurgia oncológica com a cirurgia de epilepsia promoveu melhora no controle das crises, com até 70% dos pacientes atingindo Engel I (livres de crises). Para tanto, a inclusão completa da zona epileptogênica na área de ressecção foi fator determinante, sendo que a utilização de técnicas como mapeamento cortical funcional e neuronavegação aumentaram a precisão cirúrgica. Estudos também apontaram melhora na cognição e qualidade de vida no pós-operatório, especialmente em crianças e adultos jovens. Vale destacar que a reabordagem cirúrgica, quando necessária, manteve boa taxa de controle sem aumento significativo de complicações. Conclusões/Considerações Finais: A abordagem cirúrgica integrada, ao considerar simultaneamente os objetivos de controle tumoral e da epilepsia, proporciona resultados superiores em termos de controle de crises, função neurológica e qualidade de vida. Além disso, a personalização do tratamento, com base na localização tumoral, tipo histológico e características eletrofisiológicas, é essencial para o sucesso terapêutico. Por fim, a integração entre a neurocirurgia oncológica e a de epilepsia tem se mostrado promissora, especialmente em tumores de baixo grau, como os gangliogliomas e os astrocitomas, frequentemente relacionados à epilepsia refratária.

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Publicado

30-05-2025