SISTEMA PURINÉRGICO E MELANOMA CUTÂNEO: MODULAÇÃO ATRAVÉS DE COMPOSTOS NATURAIS

Autores

Palavras-chave:

Receptores Purinérgicos. Melanoma. Imunomodulação. Compostos Fenólicos.

Resumo

Introdução: o melanoma cutâneo (MC) é uma neoplasia agressiva, caracterizada por elevada capacidade metastática e evasão da resposta imune. O sistema purinérgico (SP) desempenha um papel relevante no microambiente tumoral, promovendo a imunossupressão e contribuindo para a progressão da doença. Objetivo: analisar os efeitos de compostos naturais (CN) sobre a via purinérgica no contexto do MC, com ênfase nos mecanismos mediados pelas ectonucleotidases CD39 (ectonucleosídeo trifosfato difosfohidrolase-1) e CD73 (ecto-5'-nucleotidase), discutindo seu potencial terapêutico como adjuvantes no tratamento da doença. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados PubMed e ScienceDirect, utilizando os termos “purinergic system”, “cutaneous melanoma” and “natural compounds”. Foram selecionados artigos publicados entre 2021 e 2025, com foco em estudos experimentais e revisões que abordam a regulação do SP por CN, em relação ao MC. Resultados e Discussão: os estudos analisados indicam que CN, especialmente compostos fenólicos (CF), influenciam componentes do SP no MC. Braga et al. (2024) relataram que esses compostos interferem na atividade do receptor P2X7, promovendo redução na viabilidade e proliferação celular. De modo semelhante, da Silva et al. (2021) observaram que o ácido rosmarínico exerce ação inibitória sobre o P2X7, induzindo morte celular em modelos experimentais. Schetinger et al. (2025) demonstraram que extratos ricos em carotenoides derivados de microalgas reduzem a viabilidade celular por meio da indução de estresse oxidativo, associado à alteração da sinalização de P2X7. Manica et al. (2024) evidenciaram que a cafeína afeta o eixo CD39/CD73, favorecendo a apoptose e reduzindo a migração de células metastáticas de melanoma. O estudo de Olabiyi et al. (2021) complementa essas evidências ao sugerir que a vitamina D pode reduzir a atividade de CD73, levando à diminuição dos níveis de adenosina e à reversão da imunossupressão tumoral. Além disso, a ação combinada entre curcumina e vitamina D na regulação de CD39 pode gerar um efeito anti-inflamatório sinérgico, favorecendo a resposta imune antitumoral. Conclusão: esses achados apontam que a modulação do SP por CN pode afetar diretamente as células tumorais e, ao mesmo tempo, contribuir para um microambiente imunológico mais responsivo. A inibição de componentes como P2X7 e CD39/CD73 se destaca como uma estratégia terapêutica promissora nesse cenário.

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Publicado

30-05-2025