ANÁLISE DE REGRESSÃO DO TEMPO DE INÍCIO DE TRATAMENTO DE NEOPLASIA MALIGNA DO ENCÉFALO NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Autores

  • Vinícius Pagani Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Nina Ferreira Brandão Acadêmica de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • André Firmino Neves Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rodrigo Lopes da Silva Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Henrique Dickel de Mello Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Samara Ferreira Soares Acadêmica de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Carla Boracini Hauch Acadêmica de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ederson Sinhor Nunes Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Debora Tavares de Resende e Silva Docente do curso de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Neoplasia maligna, Idoso, Quimioterapia, Radioterapia

Resumo

Introdução: O tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento oncológico é crucial na atenção à saúde dos idosos. No Brasil, a Lei Nº 12.732/2012 garante início em até 60 dias, mas desafios no cumprimento desse prazo comprometem a sobrevida dos pacientes. Objetivos: Analisar o tempo de espera entre o diagnóstico e o início do tratamento (quimioterapia e radioterapia) de pacientes idosos com neoplasia maligna na região Sul do Brasil, nos períodos relacionados à pandemia de Covid-19. Metodologia: Estudo observacional, transversal e retrospectivo, envolvendo idosos (≥ 60 anos) com novos casos de neoplasia maligna do encéfalo (C71) diagnosticados entre 2018 e 2023 na região Sul do Brasil. Os períodos analisados foram classificados em pré-pandemia (PRE), pandemia (PAN) e pós-pandemia (POS). Os dados foram extraídos do DATASUS e, passaram por padronização. As análises descritivas e inferenciais (teste qui-quadrado) foram realizadas no software R (v. 4.5.0), adotando-se nível de significância de 5 %. As variáveis preditoras incluíram período, sexo e idade. Resultados e Discussão: para o período, o tempo de início da quimioterapia (β = 0,367; p < 0,001 no PAN; β = 0,397; p < 0,001 no POS) e da radioterapia (β = 0,099; p < 0,001 no PAN) apresentaram aumentos significativos, refletindo possíveis dificuldades regionais na retomada dos atendimentos. Quanto ao sexo, tanto para quimioterapia (β = -0,480; p < 0,001) quanto para radioterapia (β = 0,077; p < 0,001), verificaram-se diferenças significativas, mas em direções opostas, sugerindo particularidades regionais na distribuição do atendimento oncológico. A idade também se mostrou um fator relevante na determinação do tempo de início do tratamento: o tempo de início da quimioterapia aumentou com a idade (β = 0,038; p < 0,001), enquanto para radioterapia também houve um acréscimo (β = 0,008; p < 0,001). Conclusões/Considerações Finais: A pandemia de Covid-19 impactou negativamente o início do tratamento de neoplasia maligna do encéfalo em idosos na região Sul do Brasil, com efeitos persistentes no período pós-pandêmico. Observou-se aumento no tempo de espera para quimioterapia e radioterapia, refletindo dificuldades na reorganização dos serviços oncológicos. As mulheres iniciaram a quimioterapia mais rápido, mas enfrentaram mais demora na radioterapia, indicando desigualdades na distribuição de recursos. A idade também foi um fator determinante, com aumento do tempo de tratamento à medida que a idade avançava.

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Publicado

30-05-2025