“LINHA DA EMPATIA” NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA CONTRA O BULLYING ESCOLAR

Autores

  • André Firmino Neves Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Victor Henrique Laranja Borges Taquary Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Otavio Ananias Pereira da Silva Ribeiro Acadêmico de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Graciela Soares Fonseca Docente do curso de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Bullying Escolar, Extensão Universitária, Programa Saúde na Escola

Resumo

Introdução: A violência relacional no ambiente escolar não é apenas um fenômeno individual. Ela reflete desigualdades sociais que atravessam a comunidade e repercutem na saúde integral das crianças. No âmbito do Programa Saúde na Escola, a extensão universitária faz da escola um território de diálogo em que acadêmicos, docentes e famílias “co-constroem” estratégias de prevenção baseadas em empatia e responsabilidade coletiva. Objetivos: Relatar a experiência de desenvolvimento da dinâmica “Linha da Empatia”, conduzida por estudantes de Medicina da UFFS como ação extensionista para sensibilizar alunos do 5º ao 7º ano do ensino fundamental sobre o bullying, destacando seus efeitos formativos nos universitários e as transformações promovidas na comunidade escolar. Metodologia: Relato e análise crítico-reflexiva de ação de extensão, realizada em 2024 em uma escola básica municipal em Chapecó-SC, com alunos do 5.º ao 7.º ano do ensino fundamental, iniciada por diagnóstico mediante “caixa de perguntas” anônima para mapear dúvidas sobre bullying. Os comandos elaborados a partir dessas inquietações orientaram a dinâmica, materializando as desigualdades geradas pelo bullying. Observações participantes foram analisadas tematicamente, e todas as etapas seguiram os princípios éticos da extensão. Resultados e Discussão: A ação mobilizou os participantes e gerou forte envolvimento emocional. Durante o exercício, passos à frente concentraram-se em ofensas verbais e exposição, evidenciando centralidade do bullying. Já passos para trás mostraram a negligência por parte dos observadores, apontando a urgência de trabalhar a figura da testemunha. Três eixos reflexivos emergiram: (i) reconhecimento das próprias vulnerabilidades, (ii) responsabilização do grupo na proteção dos colegas e (iii) tomada de consciência sobre privilégios invisíveis. A experiência reforça literatura que defende metodologias corporais e narrativas como dispositivos potentes para desenvolver empatia e senso de justiça, mas indica necessidade de acompanhamento longitudinal para consolidar mudanças comportamentais. Considerações Finais: A “Linha da Empatia” expôs desigualdades do bullying, estimulou apoio mútuo entre estudantes e fortaleceu a integração universidade‑escola‑comunidade; recomenda‑se incorporar dinâmicas reflexivas ao calendário escolar, com formação docente e escuta permanente dos alunos, além de investigar seus efeitos de longo prazo no clima escolar e na formação humanística em saúde.

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Publicado

30-05-2025