A VARIAÇÃO ANATÔMICA COMO RISCO CIRÚRGICO: ESTAMOS RECONHECENDO O SUFICIENTE NA PRÁTICA CLÍNICA?

Autores

Palavras-chave:

Variação anatômica. Complicações intraoperatórias. Risco cirúrgico.

Resumo

Introdução:  O êxito das intervenções cirúrgicas está fortemente associado ao reconhecimento das variações anatômicas, frequentemente desconsideradas. Tecnologias de imagem desempenham papel crucial na identificação dessas particularidades, permitindo antecipar riscos, minimizar erros e garantir intervenções mais seguras e eficazes. Ao proporcionar uma visualização precisa da anatomia do paciente, esses recursos otimizam o planejamento cirúrgico e reduzem a incidência de complicações evitáveis. Objetivos: Analisar o impacto das variações anatômicas no risco cirúrgico, ressaltando a importância do seu reconhecimento adequado e do uso de exames de imagem como ferramenta essencial no planejamento operatório. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, observacional e retrospectivo, fundamentado em uma revisão narrativa da literatura. A busca foi realizada na base de dados PubMed, com recorte temporal dos últimos cinco anos, incluindo artigos em inglês e com acesso ao texto completo. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Anatomic Variation, Intraoperative Complications, Surgical Procedures e Risk Factors, combinados pelo operador booleano AND. Foram selecionados estudos que abordaram a identificação, análise e manejo de variações anatômicas em contextos clínico-cirúrgicos. Resultados e Discussão: O conhecimento das variações anatômicas é indispensável para uma prática médica segura. A vascularização hepática ilustra essa importância: sua configuração clássica está presente em cerca de metade dos casos, indicando que alterações são comuns. O não reconhecimento dessas variantes, muitas vezes por uso inadequado de exames de imagem, pode resultar em complicações evitáveis. Métodos como tomografia computadorizada com reconstrução tridimensional, ultrassonografia com Doppler e angiografia contribuem significativamente para mapear estruturas vasculares atípicas e aumentar a precisão do ato cirúrgico. A análise anatômica individualizada, especialmente em procedimentos de alto risco, potencializa a segurança intraoperatória e a obtenção de melhores desfechos. Conclusões/Considerações Finais: As variações anatômicas são fatores relevantes de risco cirúrgico, e sua negligência pode gerar complicações evitáveis. Apesar dos avanços diagnósticos, seu reconhecimento ainda não é plenamente incorporado à prática clínica. É essencial integrar estratégias que considerem a diversidade anatômica para garantir a segurança cirúrgica e o sucesso operatório.

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Publicado

30-05-2025