PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA SAÚDE (PET-SAÚDE): ANÁLISE DAS QUATRO ÚLTIMAS EDIÇÕES E CAMINHOS PARA CURRICULARIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NA FORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores

  • Cláudio Claudino da Silva Filho Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Keli Regina Dal Prá Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Florianópolis-SC
  • Gessiani Fátima Larentes Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC
  • Saionara Vitória Barimacker Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC
  • Larissa Hermes Thomas Tombini Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC
  • Carine Vendruscolo Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Palavras-chave:

Serviços de Integração Docente-Assistencial, Práticas Interdisciplinares, Educação Interprofissional, Capacitação de Recursos Humanos em Saúde, Currículo

Resumo

Introdução: o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde) é um dispositivo formativo com 11 edições entre os anos 2008 e 2024. A iniciativa promove a integração entre ensino, serviço e comunidade, com foco em fortalecer a formação de profissionais de saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: relatar sobre as quatro últimas edições do PET-Saúde desenvolvidas no município de Chapecó-SC (8a à 11a edição), e refletir sobre os desafios e os caminhos para curricularização do SUS na formação em saúde. Metodologia: trata-se de um relato de experiência, a partir dos aprendizados e desafios que emergiram nas quatro últimas edições desenvolvidas no município de Chapecó-SC: PET-Saúde Gradua-SUS (2015-2017), PET-Saúde Interprofissionalidade (2019-2021), PET-Saúde Gestão e Assistência (2022-2023), e PET-Saúde Equidade (2024-em andamento). Resultados e  Discussão: o PET-Saúde tem se mostrado uma potente ferramenta para induzir processos formativos problematizadores e sintonizados com a realidade do SUS. A pluralidade temática de suas edições, bem como as dimensões da intersetorialidade, interdisciplinaridade, e interprofissionalidade presentes nas vivências em grupos tutoriais, fazem dele uma política diferencial para resgatar  nos futuros profissionais ideais epistemológicos e didático-pedagógicos defendidos desde o movimento da reforma sanitária. Contudo, a integração de fato permanece ainda muito atrelada aos Editais e fomento ministerial, com discreto legado para os currículos e formação em saúde. A criação de disciplinas interprofissionais e projetos interinstitucionais são exemplos exitosos, mas a transversalização e organicidade em se debater e construir o SUS nas matrizes curriculares, continua muito aquém do desejado em todas as edições em questão. Apesar dos encontros potentes que ele promove, há lacunas como a inexistência em universidades privadas (que percentualmente são as que mais formam), modesta abrangência dentro das universidades contempladas, e sua inconstância governamental. Considerações Finais: a experiência  mostra que as tentativas, até então, são de curricularização do PET-Saúde na formação em saúde, com efeitos positivos, mas retroalimentando certa dependência dessa iniciativa. Defende-se que o SUS, em si, deve ser curricularizado transversalmente (ou seja, “o óbvio” que precisa ser dito), de modo não conteudista, para além deste necessário programa (dentre outros que possam existir ciclicamente).

Biografia do Autor

  • Keli Regina Dal Prá, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Florianópolis-SC

    Assistente Social. Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora do Departamento de Serviço Social, nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Serviço Social e no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Florianópolis-SC. Integrante do Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Sociedade, Família e Políticas Sociais (NISFAPS) e da Rede de Pesquisa Família e Política Social (REFAPS). E-mail: keli.regina@ufsc.br

  • Gessiani Fátima Larentes, Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC

    Graduada em Letras. Especialista em Gestão de Redes de Atenção à Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) e Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Diretora de Atenção à Saúde e servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC. E-mail: gessiani@unochapeco.edu.br

  • Saionara Vitória Barimacker, Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC

    Enfermeira. Mestre em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Coordenadora do Setor de Planejamento e Educação na Saúde e servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó-SC. E-mail: saionarabarimacker@yahoo.com.br

  • Larissa Hermes Thomas Tombini, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC

    Enfermeira. Mestre em Enfermagem e Doutora em em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC. E-mail: larissa.tombini@uffs.edu.br

  • Carine Vendruscolo, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

    Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Curso de Graduação em Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). E-mail: carine.vendruscolo@udesc.br

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Publicado

30-05-2025