A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE E A FORMAÇÃO PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Palavras-chave:
Serviços de Integração Docente-Assistencial, Integração Comunitária, Colaboração Intersetorial, Práticas Interdisciplinares, Educação InterprofissionalResumo
Introdução: a integração ensino-serviço-comunidade vem sendo defendida historicamente pelas políticas de reorientação da formação em saúde, como pilar para uma formação voltada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, sua operacionalização tem sido desafiada por diversos fatores estruturais e conjunturais. Objetivo: analisar, a partir da literatura científica, qual a relação entre a integração ensino-serviço-comunidade e a formação para o SUS. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa de literatura, em uma abordagem qualitativa. A busca foi realizada no primeiro semestre de 2025, através dos descritores indexados na base de Descritores em Ciências da Saúde/Medical Subject Headings (DeCS/MeSH) “Serviços de Integração Docente-Assistencial", “Integração Comunitária", “Colaboração Intersetorial", “Práticas Interdisciplinares”, e “Educação Interprofissional”, nos buscadores e/ou bases de dados Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Scientific Electronic Library Online (SciELO), e PubMed. Foram selecionados artigos dos últimos 10 anos, em línguas portuguesa, inglesa ou espanhola. Resultados e Discussão: a integração ensino-serviço-comunidade tem sido consideravelmente debatida no Brasil, evidenciada não só pela literatura científica robusta, como também por nortear os dispositivos formativos ou políticas indutoras de formação para o SUS, como o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde), e os Programas de Residência Médica, Uniprofissional, e Multiprofissional. Contudo, sua incorporação a nível nacional ainda não acontece de modo transversal, no cotidiano do SUS e dos atores envolvidos, pois parece depender de iniciativas federais/ministeriais e/ou de fomento via aporte financeiro (fatores condicionantes, mas não determinantes para que a integração almejada, de fato, se concretize), além de ocorrer majoritariamente em momentos específicos e temporários, exceto por experiências bem-sucedidas ainda restritas no território nacional. Considerações Finais: a análise dos documentos demonstrou que a integração ensino-serviço-comunidade precisa ser praticada de modo transversal e orgânico nas práticas educativo-formativos e cuidativo-assistenciais, para além de ser defendida utópicamente como um conceito abstrato. Sua consolidação, para contribuir efetivamente na formação para o SUS, depende diretamente da intersetorialidade, interdisciplinaridade, e interprofissionalidade.