O POTENCIAL ANTIPROLIFERATIVO DE UM DERIVADO ORGANOMETÁLICO DO ÁCIDO VALPROICO EM LINHAGENS TUMORAIS UTERINAS

Autores

  • Aschley Meyer UFFS
  • Paula Barros Terraciano Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Markus Berger Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Leonardo Barbosa Leiria Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Ácido valproico, Derivado organometálico, Células tumorais uterinas, Citotoxicidade, Antiproliferativo

Resumo

Introdução: O ácido valproico, comercializado também sob a forma de valproato de sódio, é amplamente utilizado no tratamento de doenças neurológicas, como epilepsia e transtorno bipolar, e demonstra ter um potencial antitumoral devido sua capacidade de inibir as histonas desacetilases (HDACs). Dentre esses tumores destacam-se tumores neurológicos, gástricos, mamas e útero. Porém, sua possibilidade de toxicidade sistêmica faz com que o uso seja limitado. Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de novos fármacos com o objetivo de reduzir os efeitos colaterais e potencializar sua ação de forma individual ou combinada com outras drogas antitumorais já utilizadas na prática clínica, como nos casos dos cânceres endometrial e cervical uterino, cujos tratamentos padrão-ouro são ressecção, radioterapia e quimioterapia. Moléculas derivadas de compostos originais partem do princípio econômico de agilidade e de eficácia no desenvolvimento de novos fármacos pela adição de radicais, metais e outras moléculas que possam auxiliar nesses processos, como é o caso da molécula do estudo Zn(Valp)²Phen. Objetivos: Avaliar o potencial citotóxico e antiproliferativo do derivado organometálico do ácido valproico, em linhagens de células tumorais uterinas (Ishikawa – câncer endometrial e HeLa – câncer cervical uterino) em comparação com células estromais endometriais (ESC). Metodologia: Este estudo possui caráter experimental e intervencionista. A partir do cultivo celular, foram realizados experimentos para avaliar a viabilidade celular com o ensaio do MTT [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolium brometo] e, também para avaliar a viabilidade reprodutiva das células com o ensaio de sobrevivência clonogênica. Resultados e Discussão: As células ESC foram expostas ao tratamento com o derivado nas concentrações de 1, 5, 10, 100 e 200 μM, enquanto que as linhagens Ishikawa e HeLa não apresentaram sensibilidade nestas mesmas concentrações e, por isso, foram expostas à 10, 100, 500, 800, 1000 e 1500 μM. O ensaio do MTT mostrou que as células ESC obtiveram sensibilidade na concentração de 1μM e a partir de 10μM, no período de 24 horas de exposição ao tratamento com a molécula do derivado. A linhagem HeLa, quando tratada com o Zn(Valp)²Phen por 72 horas, demonstrou citotoxicidade a partir da concentração de 500μM. Já na linhagem Ishikawa, a citotoxicidade foi acentuada nas concentrações a partir de 100μM e 500μM nos períodos de tratamento de 24 e 72 horas, respectivamente. A partir do cálculo do IC50 obtido pelos resultados do ensaio MTT, o ensaio de sobrevivência clonogênica foi realizado com uma concentração abaixo (100μM) e uma acima (500μM) do valor estimado pelo índice. Após a exposição à molécula Zn(Valp)²Phen por um período de 72 horas, a linhagem Ishikawa diminuiu em 59,58% da sua capacidade de formação de colônias, enquanto que a linhagem HeLa diminuiu 46,42%. Conclusões/Considerações Finais: O presente estudo apresenta dados pioneiros e relevantes que sugerem a potencial aplicação do derivado organometálico Zn(Valp)²Phen como agente citotóxico, antiproliferativo e antitumoral.

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Publicado

30-05-2025