CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS INGRESSANTES DA TURMA 8 DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA DA UFFS, CAMPUS CHAPECÓ
Palavras-chave:
Políticas Públicas, Fatores Socioeconômicos, Escola para Profissionais de Saúde, Faculdades de MedicinaResumo
Introdução: O sistema de saúde brasileiro exige profissionais generalistas, críticos e comprometidos socialmente. Assim, políticas públicas vêm promovendo a transformação da formação médica. A criação do Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, reflete esses esforços, e este estudo foi elaborado para avaliar esse cenário. Objetivo: analisar o perfil socioeconômico dos ingressantes da oitava turma do Curso de Medicina da UFFS, campus Chapecó. Metodologia: estudo quantitativo transversal, com dados coletados por questionário eletrônico aplicado a 44 estudantes em 2022. As informações foram tabuladas e analisadas por estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFFS (Parecer nº 2.661.146, de 17 de maio de 2018). Resultados e Discussão: a presença feminina é majoritária (56,82%). Em relação à faixa etária, metade dos estudantes possui entre 20 e 24 anos; 27,27% estão entre 25 e 29 anos, e 5 alunos encontram-se nas faixas de 17 a 19 e de 30 a 40 anos. Com base nesses dados, estima-se que grande parte da turma se formará com 26 a 30 anos, evidenciando a tendência de rejuvenescimento no perfil etário dos médicos formados. Quanto à estrutura familiar, 43,18% pertencem a famílias com 4 integrantes, 20,45% a famílias com 3 membros, e 13,64% vivem sozinhos. No que se refere à escolaridade dos pais, 43,18% das mães possuem ensino superior completo, e entre os pais esse índice é de 34,09%. Quanto à renda familiar, 9,09% possuem renda inferior a 1,5 salário-mínimo, e metade dos estudantes situa-se entre 1,5 e 4,5 salários-mínimos. Além disso, 20,45% dos discentes já iniciaram outra graduação antes de ingressar em Medicina, refletindo esforço e persistência para alcançar o curso. A maioria (81,82%) cursou o ensino médio integralmente em escola pública. Em relação à naturalidade, 48,89% são do Sul, 31,11% do Sudeste, 20% de outras regiões e 2,22% do exterior. A maioria dos alunos (88,63%) vem de cidades do interior, e apenas 5 estudantes são oriundos de capitais. Conclusões/Considerações Finais: os dados indicam avanços na inclusão social, com maioria jovem, equilíbrio de gênero e presença significativa de estudantes com baixa renda. Contudo, a concentração de alunos oriundos do Sul revela desafios à diversidade geográfica, apontando a necessidade de políticas de acesso mais equitativas. Tais aspectos reforçam que a universidade está cada vez mais alinhada com os princípios socioeconômicos idealizados.