PERFIL DE INGRESSO E VULNERABILIDADE FINANCEIRA ENTRE ESTUDANTES DA OITAVA TURMA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS), CAMPUS CHAPECÓ

Autores

  • Marya Edhuarda Morais e Silva UFFS
  • Rafaella Peixoto Abreu da Silva UFFS
  • Rayane Scaratti Campiolo UFFS
  • Renata Cristina Daniel Coelho UFFS
  • Triciane Tornai Pereira UFFS
  • Graciela Soares Fonseca UFFS

Palavras-chave:

Equidade de acesso, Ensino superior, Medicina, Políticas públicas

Resumo

Introdução: A democratização do ensino superior exige análise crítica do perfil acadêmico e das condições de ingresso e permanência. Este estudo foi motivado pelos princípios da equidade e inclusão previstos nas políticas públicas de acesso ao curso de medicina na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. Objetivos: Analisar o perfil de ingresso e vulnerabilidade financeira dos  estudantes da oitava turma do referido curso. Metodologia: Estudo quantitativo transversal, em que os dados foram obtidos por questionário eletrônico aplicado a todos os 44 estudantes da oitava turma em outubro de 2022. Os dados foram tabulados e analisados por descrição de frequência. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética pelo parecer número 2.661.146, emitido em 17 de Maio de 2018. Resultados e Discussão: A maioria dos acadêmicos (59,1%) escolheu Medicina por identificação pessoal, mostrando o grande interesse pela área da saúde. A escolha pela UFFS foi influenciada principalmente pela gratuidade e pela não aprovação em outras instituições (ambos com 32,56%). A elevada taxa de estudantes que ingressaram após cinco anos ou mais de preparação (43,2%) sugere um acesso ainda seletivo. Embora 72,7% tenham cursado preparatórios, o tempo médio até o ingresso (3,8 anos) reflete a realidade nacional. A maioria ingressou na 1ª chamada (38,9%), seguida pela 4ª (20,4%) e pela 6ª ou posteriores (22,6%). Cerca de 82% dos estudantes eram financeiramente sustentados por familiares ou outras fontes, enquanto apenas 20% recebiam auxílio da universidade; destes, 78% eram auxílios socioeconômicos, o que torna necessário políticas de permanência. Quanto à atuação futura, 59,09% manifestaram interesse em atuar em instituições públicas, alinhando-se ao perfil do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda, 95,45% pretendem realizar residência médica e 56,81% consideram realizar especializações, mesmo que não vinculadas à residência, o que revela uma divergência parcial em relação à proposta de formação generalista. Conclusões/Considerações Finais: A maioria dos discentes depende financeiramente da família e frequentou cursos preparatórios. O tempo prolongado até o ingresso reforça a seletividade do curso. A escolha da UFFS pela gratuidade destaca o papel da universidade na inclusão de estudantes em vulnerabilidade. Conclui-se que, apesar de avanços no acesso, a permanência estudantil ainda enfrenta desafios estruturais.

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Publicado

30-05-2025