ADICÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores

  • Joana Perardt Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Camilla Casarin Pase Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Leticia Miranda Souza Lima Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Ana Luiza da Costa Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Camila Ferreira Puntel Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Prof. Dr. Cláudio Claudino da Silva Filho Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Palavras-chave:

Estudantes de Medicina, Transtornos Relacionados Ao Uso de Substâncias, Saúde Mental, Comportamento Aditivo

Resumo

Introdução: Questões comportamentais, culturais e sobretudo questões associadas a rotinas de estudos, mental e emocionalmente desgastantes, possuem forte relação causal com o consumo de drogas por estudantes de medicina. Nesse viés, o abuso destas práticas que culminam na adicção de substâncias lícitas e ilícitas por estes grupos é um tema que levanta inquietações. Objetivos: Analisar, a partir da literatura científica, a prevalência, os fatores associados e os impactos da adicção entre estudantes de Medicina. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de abordagem qualitativa, com busca de artigos científicos publicados entre 2010 e 2024 nas bases Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Nacional Library of Medicine (PubMed). Foram incluídos estudos primários que abordassem o uso de substâncias psicoativas, dependência comportamental e fatores associados em estudantes de Medicina. A seleção considerou artigos em português, inglês e espanhol. A análise dos dados foi conduzida por meio de leitura crítica e categorização temática dos achados. Resultados e Discussão: Os estudos analisados indicam prevalência significativa do uso de álcool, cannabis e ansiolíticos entre estudantes de Medicina. No Brasil, pesquisas em instituições como a UFMA, Unicamp e UFES apontaram consumo de álcool entre 64% e 87%, principalmente em contextos sociais acadêmicos. Revisões nacionais relataram taxas de até 92,9% de uso no último ano. O uso de cannabis variou de 6% a 22,9%, com destaque para dados da UERN e instituições paulistas. Já o uso de ansiolíticos e sedativos apresentou prevalência de até 29,8%, associado à insônia, ansiedade e à percepção de dependência. A adicção comportamental também foi identificada, com prevalência de 30%. Estresse acadêmico, carga horária intensa, sintomas de ansiedade e depressão, além do fácil acesso a substâncias, foram fatores associados ao uso. As consequências envolvem queda no desempenho e prejuízos nas relações interpessoais. Conclusões/Considerações Finais: A incidência da adicção de substâncias químicas por estudantes de medicina é um problema que se mostra crescente e, por isso, bastante preocupante. Torna-se necessário, portanto, a implementação de maiores estratégias de promoção à saúde, sobretudo por parte das instituições de ensino, frente às questões associadas à formação desses estudantes quanto a aspectos de âmbito pessoal e social modernos que afetam significativamente a saúde mental desses grupos.

Biografia do Autor

  • Prof. Dr. Cláudio Claudino da Silva Filho, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

    Doutor em Enfermagem e Pós-Doutorando em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Edital 20/2024. Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó.

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Publicado

30-05-2025