AUMENTO DA MORTALIDADE POR SEPTICEMIA EM SANTA CATARINA (2019-2024): UM ALERTA EPIDEMIOLÓGICO
Palabras clave:
Septicemia, Mortalidade, Saúde Pública, Santa Catarina, Epidemiologia,Resumen
Introdução: A septicemia, uma infecção sistêmica grave, tem sido apontada como uma das principais causas de mortalidade hospitalar (DIAMENT,et al.,2011). Dados recentes indicam um avanço preocupante no número de óbitos por septicemia em Santa Catarina (SC) nos últimos cinco anos, evidenciando a necessidade de um estudo aprofundado sobre os fatores envolvidos. Objetivos: Analisar a evolução dos óbitos por septicemia no estado de SC entre 2019 e 2024, identificando fatores que possam impulsionar essa tendência. Além disso, avaliar impactos da alta na mortalidade e propor estratégias contribuintes na redução da letalidade. Metodologia: Estudo quantitativo, observacional e retrospectivo, baseado na análise dos registros civis de óbitos por septicemia disponibilizados pelo Portal da Transparência do Governo Federal. Os dados foram coletados entre 2019 e 2024 e analisados percentualmente, permitindo detalhamento ao longo do período. Resultados e Discussão: Observa-se progressão na mortalidade. Em 2019, foram registrados 5.210 óbitos, enquanto em 2020 houve redução para 4.679, representando queda de 10,2%. A partir de 2021, observou-se crescimento expressivo, com 5.268 óbitos (aumento de 12,6% em relação a 2020), seguido por um salto significativo em 2022, em 6.288 casos, configurando acréscimo de 19,4%. Nos anos seguintes, a tendência de alta se manteve, com 6.456 em 2023 e 7.176 em 2024, correspondendo a aumentos de 2,7% e 11,2%, respectivamente. O crescimento no período de seis anos foi de 37,7%, um avanço preocupante. A redução observada em 2020 pode estar associada ao impacto da pandemia de COVID-19, que alterou padrões de notificação e atendimento. A partir de 2021, a elevação nos óbitos pode ser explicada por fatores como envelhecimento populacional, resistência antimicrobiana e dificuldades no diagnóstico precoce. Ademais, a sobrecarga de unidades de terapia intensiva pode ter prejudicado respostas ao tratamento, contribuindo para o avanço da mortalidade. Conclusões/Considerações Finais: O crescimento expressivo de óbitos por septicemia em SC exige atenção imediata dos gestores de saúde. Medidas como aprimoramento do diagnóstico precoce, treinamento das equipes e reforço de políticas públicas e de controle de infecções são essenciais para mitigar essa tendência e reduzir a mortalidade. O crescimento preocupante da septicemia deve estimular a formulação de intervenções eficazes, garantindo melhores desfechos e a preservação da vida dos pacientes.